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Chuvas ajudam, e colheita de milho e soja deve crescer 10% no Paraná

A produção de grãos, como milho e soja, no Paraná pode chegar a 25,6 milhões de toneladas na safra de verão - Getty Images
A produção de grãos, como milho e soja, no Paraná pode chegar a 25,6 milhões de toneladas na safra de verão Imagem: Getty Images

Viviane Taguchi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2021 04h00

A produção de grãos, como soja e milho, no Paraná pode chegar a 25,61 milhões de toneladas na safra de verão 2021/2022 . Caso se confirme, o volume será 10% maior que o da safra 2020/2021. Os dados são de relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná.

Conforme Norberto Ortigara, secretario de agricultura do Paraná, foram as chuvas, mais regulares neste ano, em setembro, outubro e novembro, que permitiram que os agricultores pudessem iniciar a semeadura dos campos de soja e milho dentro da janela ideal de plantio.

"A nossa projeção de produção aumentou em quase 300 mil toneladas em relação ao que pensávamos há dois meses", afirmou.

No relatório, o Deral apontou que o Estado deve produzir 20,98 milhões de toneladas de soja, 6% a mais que na safra anterior, enquanto o milho de verão, pode aumentar 35%, chegando a 4,2 milhões de toneladas. O milho tem duas safras no Brasil, uma de verão e uma de inverno.

Milho mais produtivo

Na safra passada, as adversidades climáticas derrubaram a produção de milho em todo o país. Agora, com as chuvas, o plantio do cereal no Paraná, que é o segundo maior produtor do país, atrás de Mato Grosso, já foi encerrado. O Deral indicou que, conforme o desenvolvimento das lavouras locais, a produtividade média projetada é de 9.750 quilos por hectare.

Por causa dos preços elevados do cereal no mercado internacional, os produtores apostaram alto na cultura nesta safra e a área cultivada com milho está estimada em 430 mil hectares, 15% acima da área da safra passada.

Segundo Edmar Gervásio, analista do Deral, os preços do cereal até caíram nos últimos meses, mas ainda estão bem atraentes para o produtor. Na semana passada, os agricultores venderam milho, em média, por R$ 76 (saca de 60 quilos) e esse valor é 12% superior ao praticado em novembro de 2020 e 61% acima da média de preços de 2020.

Soja paranaense - De acordo com relatório do Deral, até o dia 25 de novembro, 5,47 milhões de hectares já haviam sido plantados com soja. Essa área representa 97% do total que será semeado no Paraná neste ano (5,62 milhões de hectares no total). A produção esperada para a oleaginosa é de 20,98 milhões de toneladas, 6% a mais que na safra passada.

Até novembro, 8% da produção de soja (1,72 milhão de toneladas) já estavam vendidas. Na mesma época do ano passado, 42% da safra já estava vendida e, de acordo com o economista do Deral, Marcelo Garrido, os produtores estão segurando mais as vendas na expectativa de altas de preços da soja.

Na semana passada, a saca de 60 quilos de soja estava sendo comercializada por R$ 152, 3% acima do preço de 2020, mas é um preço menor que a média dos últimos meses.

Outros grãos

O relatório do Deral também informou que 99% da área plantada com feijão, estimada em 140 mil hectares, já está plantada e, segundo os técnicos do órgão, 82% das lavouras apresentam boas condições e 18% merecem atenção. O volume de feijão produzido no Paraná pode chegar a 276,1 mil toneladas, aumento de 7% em relação ao ano passado, mas essa área é 8% menor.

Segundo o agrônomo do Deral Carlos Alberto Salvador, o clima em novembro, quando muitas áreas estão em fase de floração, impactou o desenvolvimento da safra, com menos chuvas e temperaturas mais altas. "Na região de Francisco Beltrão, por exemplo, 60% das lavouras estão em condições médias. Agora, dependemos do clima para ter uma boa safra", explica.

Até semana passada, o preço médio recebido pelos agricultores foi de R$ 253,37 pela saca de 60 kg do feijão tipo cores (feijão rajado, bolinha, fradinho, jalo, branco, rosinha) e R$ 225,48 para o tipo preto. Segundo Salvador, o Paraná registra redução desses valores comparativamente ao primeiro semestre, principalmente porque o consumo de feijão está caindo no Brasil.

O estado ainda é um grande produtor de mandioca, responsável por 70% da mandioca nacional. Na safra 2021/2022, deve plantar 128,4 mil hectares e a produção, chegar a 2,9 milhões de toneladas, 10% a menos que no ano passado. Uma tonelada de mandioca, hoje, custa R$ 602, 35% a mais que em novembro de 2020. Já a saca de fécula de mandioca, está sendo vendida a R$ 84 e a de farinha crua, por R$ 128. Esses dois produtos são comercializados em sacas de 50 quilos.