Após três quedas consecutivas, dólar opera em alta, a R$ 5,133; Bolsa cai
Após três quedas consecutivas, o dólar comercial quebrava a tendência nas operações da manhã de hoje (17). Por volta das 10h25 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,33%, vendida a R$ 5,145.
Ontem (16) o dólar comercial fechou com desvalorização de 1,02%, vendido a R$ 5,128.
A moeda se recupera de fortes perdas registradas nas últimas sessões em meio a juros domésticos atrativos, enquanto investidores acompanhavam com cautela o noticiário em torno das tensões nas fronteiras ucranianas. Os mercados globais estão mais cautelosos após notícias de embates entre separatistas apoiados pela Rússia e forças do governo ucraniano no leste da Ucrânia.
Após sete altas consecutivas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, quebrava a tendência na manhã de hoje (17). Ele caía 0,16%, registrando 115.000,453 pontos. Ontem (16) o índice teve valorização de 0,31%, fechando a 115.180,953 pontos.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Recrudescimento de tensões na Ucrânia
Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters que a atenção dos mercados nesta sessão estava sobre a movimentação militar russa na fronteira com a Ucrânia, com informações aparentemente divergentes sobre a retirada de tropas e notícias sobre supostos disparos.
Apesar da leve alta desta manhã, que Netto descreveu como "só volatilidade na abertura", a "tendência segue de apreciação do real, com fluxo de investidores tanto para a bolsa quanto renda fixa" brasileiras, afirmou o especialista.
Cenário doméstico favorável
O enfraquecimento recente do dólar tem sido atribuído por investidores ao patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Um maior diferencial entre os custos de empréstimo de Brasil e grandes economias torna o real mais atrativo para estratégias cambiais de "carry trade", que buscam lucrar com divisas de juro maior.
Nos Estados Unidos, maior economia do mundo e destino considerado bastante seguro para investimentos, os juros reais estão em território negativo, apesar da indicação recente do banco central norte-americano de que começará a elevar as taxas de empréstimo no mês que vem.
Estrategistas do Citi também atribuíram a recente performance positiva da moeda brasileira a leilões da cessão onerosa —de áreas exploratórias de petróleo e gás— no Brasil, que teriam ajudado a impulsionar o ingresso de fluxos estrangeiros no país na primeira metade de fevereiro.
Mas, em relatório desta quinta-feira, os especialistas do credor norte-americano afirmaram que esse comportamento pode não se manter a partir de agora, já que, historicamente, a segunda metade deste mês não é sazonalmente favorável à adoção de novas posições compradas em real.
O Citi alertou ainda para a permanência de incertezas no ambiente local: "existe uma chance não negligenciável de que algum tipo de flexibilização fiscal seja aprovado, de modo que os riscos domésticos podem ganhar força novamente."
Depois de já ter abalado a credibilidade das contas públicas no ano passado com a alteração da regra do teto de gastos, o governo do presidente Jair Bolsonaro têm preocupado os mercados com indicações de reajustes salariais para algumas categorias do funcionalismo público, o que elevaria as despesas da União.
No final do mês passado, já foi anunciado reajuste de 33,24% para o piso salarial dos professores, decisão que desagradou prefeitos e governadores pelo temor de pressão fiscal e efeito de bola de neve entre as demais categorias.
Além disso, tramitam no Congresso dois projetos que visam combater a alta nos preços dos combustíveis, tema que levantou temores de impacto negativo na arrecadação federal.
*Com Reuters
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
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