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Americanas perdeu R$ 3,5 bilhões em valor de mercado, diz consultoria

Sites das Lojas Americanas e Submarino estão fora do ar desde o fim de semana - Divulgação
Sites das Lojas Americanas e Submarino estão fora do ar desde o fim de semana Imagem: Divulgação

Anna Satie

Do UOL, em São Paulo

23/02/2022 09h58Atualizada em 23/02/2022 11h57

Com os sites de comércio eletrônico fora do ar desde o último sábado (19) por questões de segurança, as ações do grupo Americanas (AMER3) passam por forte queda na Bolsa de Valores brasileira (B3).

Dados da consultoria Economatica estimam que a companhia tenha perdido R$ 3,48 bilhões em valor de mercado só nos últimos dois dias. Ontem, os papéis da companhia caíram 5,4%, e na segunda-feira (21), 6,6%.

Por volta das 11h30 (horário de Brasília), o site das Lojas Americanas e Submarino estavam de volta, com um informe no topo. "Estamos voltando de forma gradual, disponibilizando produtos e funcionalidades progressivamente para que você possa comprar com segurança", diz. O Shoptime continuava fora do ar no mesmo horário.

Em nota, a Americanas disse que estava restabelecendo gradualmente e com segurança seus ambientes de e-commerce, e que não há evidência de comprometimento da base de dados.

"As equipes continuam mobilizadas, com todos os protocolos de segurança, e atuarão para a retomada integral no mais curto espaço de tempo. A companhia reforça que a segurança das informações é sua prioridade e que continuará mantendo o mercado, clientes e parceiros atualizados".

Suspeita de ataque hacker

Os sites das lojas Americanas e Submarino, duas das principais plataformas de comércio eletrônico do país, saíram do ar no fim de semana, após as plataformas registrarem problemas no acesso de usuários e rumores de que os sites foram alvos de ataques hackers.

Em comunicado ao mercado, a Americanas S.A, que controla os dois sites, confirmou a suspensão de parte dos servidores e citou um "acesso não autorizado".

Na segunda-feira, o site da Shoptime, também controlado pelo grupo, foi suspenso preventivamente.

O que os consumidores podem fazer?

É papel da empresa fornecer informações transparentes ao consumidor sobre o problema e eventuais riscos de segurança cibernética gerados pelo "acesso não autorizado". Americanas, Submarino e Shoptime também devem viabilizar meios e canais pelos quais os clientes podem acompanhar pedidos já feitos ou eventualmente cancelá-los, se assim o desejarem.

Segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o problema com os sites de Americanas, Submarino e Shoptime não pode gerar atraso nas entregas, nem qualquer outro tipo de descumprimento das condições acertadas no momento da compra. "O consumidor não pode ser penalizado por uma falha de segurança da empresa", disse David Douglas Guedes, assessor jurídico da Área de Relacionamento do Idec.

Mesmo assim, os perfis dos três sites nas redes sociais têm respondido clientes dizendo que a entrega dos produtos comprados "pode sofrer atrasos".

O consumidor que se sentir prejudicado pode registrar uma reclamação no Procon de seu estado, independentemente do retorno da Americanas S.A..

Procon-SP notifica Americanas e Submarino

O Procon-SP (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) notificou ontem a Americanas S.A. para pedir explicações sobre a suspensão do acesso aos sites das lojas Americanas e Submarino.

A instituição pede esclarecimentos sobre quando o problema foi constatado; qual a previsão para sua regularização; quais providências e procedimentos relativos aos protocolos de segurança foram implementados; e quais medidas foram tomadas para mitigar possíveis danos decorrentes do ataque noticiado.

Também foram solicitadas explicações sobre que tipo de transações e operações foram e ainda estão comprometidas; quais os impactos para o consumidor; se o ataque afetou o banco de dados da empresa e que tipo de informações foram afetadas.