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Após dizer que greve do BC pararia novas chaves do Pix, sindicato nega

Por reajuste de salários, servidores do BC iniciam greve nesta sexta-feira (1º) - Adriano Machado/Reuters
Por reajuste de salários, servidores do BC iniciam greve nesta sexta-feira (1º) Imagem: Adriano Machado/Reuters

Fabrício de Castro

Do UOL, em Brasília

31/03/2022 19h01

O Sinal (Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central) disse nesta quinta-feira (31) que a greve marcada para começar na sexta (1º) não vai interromper o cadastro de novas chaves do Pix em bancos e outras instituições. Na quarta-feira (30), o presidente do sindicato, Fábio Faiad, havia afirmado que o cadastro seria prejudicado pelo movimento. Em meio às negociações sobre a manutenção de serviços essenciais durante a greve, decidiu-se manter o serviço.

"Estamos no meio de uma discussão sobre os serviços essenciais que serão mantidos durante a greve", disse Faiad ao UOL. "A criação de chaves será mantida. Já o cadastramento de novas empresas para mexer com o Pix está fechado", acrescentou.

Segundo ele, o monitoramento do sistema de pagamentos instantâneos também será prejudicado pela greve. Esse acompanhamento é um serviço para evitar que surjam problemas no sistema. Sem o monitoramento, a chance de ocorrer problemas é maior, e isso pode afetar os usuários.

O que querem os servidores

Os funcionários do BC pressionam por um reajuste salarial de 26,6%, enquanto o governo de Jair Bolsonaro (PL) sinaliza possível aumento apenas a policiais federais. Atualmente, a remuneração dos analistas do BC varia de R$ 19.197,06 a R$ 27.369,67 ao mês.

Os servidores já vinham adotando operação-padrão, com paralisações diárias em horários específicos. A greve da categoria foi aprovada na segunda-feira (28) por mais de 90% dos participantes em uma assembleia realizada na ocasião, que reuniu 1,3 mil dos 3,4 mil funcionários da ativa.

Além dos impactos no Pix, o movimento tem afetado a manutenção de outros sistemas e a divulgação de dados ao mercado financeiro. Na segunda-feira, o BC anunciou o adiamento, por tempo indeterminado, da divulgação de estatísticas do mês de fevereiro, que seriam publicadas durante a semana. O sindicato atribuiu o atraso à paralisação dos servidores.

Em nota na terça-feira (29), o BC reconheceu o direito dos servidores em "promoverem manifestações organizadas". Ao mesmo tempo, afirmou que tem "planos de contingência para manter o funcionamento de sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR [Sistema de Transferência de Reservas], Pix, Selic, entre outros."

O Banco Central, no entanto, não detalhou os planos de contingência.