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Conselho de Administração aprova Caio Andrade para presidência da Petrobras

Caio Mario Paes de Andrade, indicado para a presidência da Petrobras - Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Caio Mario Paes de Andrade, indicado para a presidência da Petrobras Imagem: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Anna Satie e Weudson Ribeiro

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Brasília

27/06/2022 13h18Atualizada em 27/06/2022 14h01

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou hoje, por 7 votos a 3, o nome de Caio Mário Paes de Andrade para a presidência da estatal, com mandato até abril de 2023. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), ele será quarto presidente da companhia durante o atual governo e substituirá Fernando Borges, que atuava como interino desde o último dia 20, quando José Mauro Coelho renunciou à função.

Coelho pediu para sair com apenas 67 dias no cargo, período em que foi alvo de críticas de Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por causa da política de preços praticada pela Petrobras. Na semana passada, Andrade disse ao Comitê de Elegibilidade da Petrobras que não recebeu orientações do governo em relação à mudança da política de preços da estatal, mostrou documento divulgado neste sábado.

Já o presidente Jair Bolsonaro declarou na última quarta (22) que Paes de Andrade deveria trocar toda a diretoria da companhia quando assumisse o posto. "Qual a ideia desse novo presidente da Petrobras? Obviamente, ele vai trocar seus diretores", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia.

Currículo questionado

Essa é a terceira troca na chefia da Petrobras durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A empresa já foi presidida também por Roberto Castello Branco e pelo general Joaquim Silva e Luna.

A troca no comando da Petrobras foi decidida no fim de maio. Andrade é o atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, ligado ao Ministério da Economia e responsável pela plataforma do governo (gov.br). Ele é membro dos conselhos de Administração da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da PPSA (Pré-Sal Petróleo).

Entre as condições analisadas pelo comitê, estão o conhecimento do executivo sobre o setor. As regras de governança da Petrobras determinam que o indicado tenha "experiência em liderança, preferencialmente, no negócio ou em área correlata".

Embora Andrade não tenha essa experiência na área de óleo e gás, o comitê interpretou que seu trabalho em outras áreas é suficiente.

A representante dos funcionários no Conselho de Administração da Petrobras, Rosangela Buzanelli, disse na quinta-feira (23) que Caio Mário Paes de Andrade não seria elegível para assumir o cargo considerando o currículo dele e as exigências do estatuto da companhia, mas admitiu que "as pressões são grandes" para a aprovação.

A Anapetro (Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras) também protestou contra a indicação, dizendo que Andrade não tem os requisitos legais para assumir o cargo e apresenta risco à companhia e seus acionistas minoritários.

"Andrade não possui notório conhecimento na área, além de ser formado em comunicação social, sem experiência no setor de petróleo e energia", diz a manifestação da entidade.

A associação protocolou uma denúncia na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) contra a nomeação de Paes de Andrade e pediu que a entidade adotasse medidas para interromper o processo.

No dia 20 de junho, a CVM já havia aberto uma apuração envolvendo a troca de comando da Petrobras. A comissão instaurou um processo para verificar notícias que anteciparam a renúncia do então presidente José Mauro Coelho.