Na TV, Bolsonaro promete Auxílio Brasil de R$ 800, mesmo sem ter orçamento
O programa eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quinta-feira (8) uma nova proposta de aumento para o Auxílio Brasil. Desta vez, o valor proposto é de R$ 800 — R$ 200 a mais para quem conseguir emprego, em cima do valor de R$ 600 que já foram anunciados. No entanto, o Orçamento para 2023 do governo só prevê o benefício em R$ 405, na média. Bolsonaro tem sido criticado por prometer o reajuste sem que o governo tenha como pagar essa conta.
Duas fontes do Ministério da Economia consultadas pelo UOL disseram não ter conhecimento do programa e nem saber de onde viriam os recursos para realizar esses pagamentos. O UOL questionou oficialmente a pasta comandada por Paulo Guedes, mas ainda não obteve retorno. Uma das possibilidades apontadas por um auxiliar do ministro é que a verba seja usada a partir de uma reforma do Imposto de Renda que geraria o chamado "IR negativo".
O novo anúncio de Bolsonaro vem na esteira do valor de R$ 150 anunciado pela campanha de Lula (PT), que está desenhando uma ampliação do programa de transferência de renda do governo federal — que voltaria a ser chamado de Bolsa Família — para além dos R$ 600 reais já prometidos por ele, acrescentando um adicional de R$ 150 reais por filho até 6 anos para as famílias mais carentes em caso de vitória na eleição de outubro.
Nesta quinta, o programa de Bolsonaro informou: "Os mais de 20 milhões de brasileiros que recebem o Auxílio Brasil de no mínimo R$ 600 agora receberão mais R$ 200 se começarem a trabalhar. Vai ser R$ 800 mais o salário do trabalho".
Em seguida, uma cidadã elogia a proposta. E o locutor diz: "Quando Bolsonaro dá os R$ 200 a mais, ele incentiva o trabalho. Isso é o oposto do que o PT fazia porque para receber o antigo Bolsa Família, as pessoas não podiam trabalhar".
Entidades da sociedade civil já criticaram proposta de Orçamento para 2023 com benefício médio de R$ 405 para o Auxílio Brasil, abaixo do piso pago às famílias de agosto e dezembro deste ano. Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e na TV, Bolsonaro promete buscar a manutenção do benefício de R$ 600 sem detalhar como isso será feito.
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