Moedas com rosto da rainha Elizabeth 2ª são vendidas por R$ 2.000
A morte da rainha Elizabeth 2ª, a monarca mais longeva da história do Reino Unido, causou repercussão nos mais variados setores, até mesmo em alguns considerados pouco prováveis. É o caso da sociedade numismática brasileira, que viu o preço de libras esterlinas disparar.
Por que a morte da rainha impactou as moedas? As moedas, que antes eram vendidas por cerca de R$ 15, passaram a ser negociadas por até R$ 2.100 após a morte da rainha Elizabeth 2ª, afirma o numismata Armando de Alencar Aperta, de 53 anos.
"Há um interesse maior dos colecionadores por moedas raras da rainha Elizabeth. A procura por elas, que antes era de cerca de 10 a 15 pedidos por semana, chega a até 80 interessados", conta.
O que despertou o interesse das pessoas? Um dos motivos do aumento da busca pelas libras esterlinas, além da morte da monarca, é que as próximas notas e moedas do Reino Unido serão estampadas com o rosto do rei Charles 3º. Até então, elas traziam a face da rainha Elizabeth 2ª.
As moedas serão trocadas imediatamente? De acordo com o Banco da Inglaterra, a substituição será gradual e deve levar ao menos dois anos. No entanto, isso não impediu uma corrida atrás das libras esterlinas, elevando artificialmente os preços no mercado numismata.
"Essas moedas não valem R$ 2.000. Daqui a alguns dias, as pessoas vão esquecer e vão querer a nova moeda do rei Charles", diz Armando Aperta, que há 10 anos atua no mercado.
Para ele, se você tiver alguma libra esterlina guardada no cofrinho, a hora de vender é agora, antes que a rainha "caia no esquecimento".
Moedas com face da rainha mais nova valem mais: A morte da rainha Elizabeth 2ª reacendeu o interesse dos colecionadores pelas moedas com a estampa da monarca.
Ela teve seu rosto cunhado pela primeira vez em 1953. Depois disso, sua face foi atualizada em mais quatro oportunidades: 1968, 1985, 1998 e 2015.
A tradição do Banco da Inglaterra de manter o rosto da rainha Elizabeth atualizado com o passar do tempo fez com que as moedas mais antigas se tornassem mais raras e, portanto, mais valiosas para os colecionadores.
De acordo com o funcionário público aposentado e colecionador Alex Alves Rocha, quem tem uma moeda dessas em mãos pode ganhar bastante dinheiro no futuro.
"Nas moedas mais antigas, dá para ver as mudanças na face da rainha Elizabeth e também as mudanças que foram feitas na coroa. Se você observar as moedas mais atuais, o rosto da rainha está bem envelhecido. Quem tem uma moeda muito antiga, em bom estado, vale a pena guardar, porque deve valorizar", acredita.
O colecionador também acredita que moedas comemorativas lançadas com o rosto da rainha vão se valorizar futuramente. Uma delas foi lançada em 2022, em homenagem a Alexander Graham Bell, inventor do telefone.
"Com certeza essa moeda vai valorizar bastante, porque ela homenageia duas personalidades importantes. Além disso, elas foram feitas com materiais nobres, como ouro e prata", explica.
Como as moedas são valorizadas? Além de datas comemorativas e acontecimentos importantes —como a morte de pessoas públicas— existem outros fatores que influenciam no valor de uma moeda para os colecionadores.
Em geral, são quatro aspectos avaliados:
- Data da produção
- Material em que foi fabricada
- Estado geral da moeda
- Anomalias
Em linhas gerais, moedas mais antigas são mais valiosas que moedas mais novas. Além disso, moedas fabricadas em prata e ouro tendem a valer mais do que as de outros materiais, como cobre, bronze e alumínio.
Outro ponto importante é o estado da moeda: flor-de-cunho, que é praticamente intocada, ou MBC, sigla para muito bem conservada.
Por fim, os colecionadores também buscam anomalias. De acordo com a Sociedade Numismática Brasileira, os erros de cunhagem (gravação de estampas) mais comuns são cunho trincado, quando há uma trinca na moeda; cunho rachado, quando a trinca vai de uma ponta a outra; cunho quebrado, quanto parte da estampa não aparece; cunho entupido, quando a estampa fica fraca; e múltiplas cunhagens.
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