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Bolsonaro usa meme de 'Os Vingadores' e ironiza apoio de economistas a Lula

O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes, ministro da Economia - Edu Andrade/Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes, ministro da Economia Imagem: Edu Andrade/Divulgação

Do UOL*, em São Paulo

06/10/2022 13h01

O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou hoje um meme ironizando os economistas criadores do Plano Real que declararam voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A montagem mostra cenas do filme "Os Vingadores", em que o personagem Loki, o "deus da trapaça", diz ter um exército. O Homem de Ferro, Tony Stark, responde que tem o super-herói Hulk, o que seria o suficiente.

A campanha do presidente alterou as legendas para dizer: "Eu tenho o Armínio Fraga, Meireles, Edmar, Malan, Ciro e Persio Arida" e "Nós temos o Guedes".

Mais cedo, os economistas Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida divulgaram uma nota em conjunto em apoio a Lula no segundo turno das eleições presidenciais.

Os quatro atuaram em diferentes instâncias do governo de Itamar Franco (1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que também apoiou Lula ontem.

O Plano Real, por exemplo, que controlou a hiperinflação do Brasil nos anos 90, contou com a participação de Arida, Bacha e Malan — um dos principais executores do projeto, já que estava no Banco Central no lançamento do real.

Além dos quatro economistas, André Lara Resende, outro nome historicamente ligado ao PSDB e considerado um dos pais do Plano Real, também apoiou Lula na disputa presidencial — mas já no primeiro turno, assim como Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central entre 2003 e 2016.

Ciro Gomes, que foi ministro da Fazenda entre 1994 e 1995, também declarou apoio ao petista há poucos dias, após terminar em quarto lugar no primeiro turno, com 3,04% dos votos.

Bolsonaro evita responder se Guedes seria ministro em eventual segundo mandato. Ontem mesmo, Bolsonaro evitou responder de forma direta se Guedes continuaria à frente da Economia em um eventual segundo mandato. Ao ser questionado sobre o assunto, o chefe do Executivo elogiou o ministro e disse que ele merece um Prêmio Nobel. Após a imprensa insistir na pergunta, o candidato à reeleição encerrou a coletiva que concedia no Palácio da Alvorada.

Ao longo do mandato, houve diversos rumores de que Guedes poderia deixar o governo, o que não se confirmou. Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro apelidou o economista de "Posto Ipiranga". Depois de assumir como "superministro", contudo, Guedes foi perdendo poder de decisão para a ala política do Palácio do Planalto.

A pasta da Economia reuniu, em 2019, diversos ministérios, como a Fazenda, o Planejamento e a Indústria e Comércio. Para abrigar o aliado Onyx Lorenzoni, contudo, o presidente recriou no ano passado o Ministério do Trabalho e Previdência, que estava sob o comando da Economia. Se reeleito, Bolsonaro já disse que pretende recriar também a pasta da Indústria e Comércio.

Em dezembro, o governo também determinou que a Casa Civil teria a palavra final sobre a gestão do Orçamento, prerrogativa que por décadas havia sido da equipe econômica, o que representou uma vitória do Centrão, que passou a sustentar o governo Bolsonaro no Congresso.

*Com Estadão Conteúdo