Toledo: Mercado chantageia; histeria é causa e consequência da fala de Lula
O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse, no programa Análise da Notícia, que o mercado financeiro tenta chantagear o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após tombo da Bolsa de Valores e a disparada do dólar hoje, Lula ironizou a reação à sua fala sobre o teto de gastos feita mais cedo.
"O Lula ficou incomodado com a tentativa do mercado de nomear o ministro da Fazenda ou, pelo menos, determinar qual será a política fiscal e econômica do governo dele e resolveu dar uma cutucada", afirmou Toledo. "E o mercado reagiu pessimamente."
"O que acho meio ridículo é a falta de tato político da 'Faria Lima' de achar que vai conseguir sensibilizar o Lula, um cara que chorou por causa de fome, com pressão de dólar a R$ 5,40", acrescentou.
Toledo ainda disse que a senadora Simone Tebet (MDB) foi usada como instrumento de pressão. Com a queda da Bolsa e alta do dólar, Tebet defendeu que o primeiro ministro a ser apresentado pelo novo governo deve ser o da Fazenda ou Economia.
"A 'Faria Lima' precisa tomar um calmante porque se for oscilar toda vez que o Lula der uma declaração de manhã de um jeito e, à tarde, de outro, ela vai ficar pirada. O Lula fala conforme o público", explicou Toledo.
Para o colunista, a reação de hoje do mercado foi causa e consequência da fala de Lula sobre a necessidade de se colocar a questão social na frente de temas que interessam apenas aos investidores.
Análise: Na oposição, extrema direita não vai sumir das redes; pode crescer
Leonardo Barchini e Pedro Bruzzi, sócios da consultoria Arquimedes, debateram o futuro das redes sociais com a extrema direita fora do poder. "A extrema direita no Brasil, assim como no resto do mundo, não vai deixar de existir nas redes sociais. Ela vai continuar atuante", afirmou Barchini.
Segundo ele, apesar de não ter sua origem identificada, é fato que há um financiamento de perfis extremistas no país. "Como a extrema direita se consolidou há muitos anos nas redes do Brasil, existe uma gama de influenciadores e sites que alimentam a narrativa dela e mantêm em alta as perseguições [a opositores] que vemos todo dia no Twitter, Facebook e Instagram", apontou.
Para Bruzzi, mensagens da extrema direita brasileira são facilitadas nas redes sociais pelo discurso antissistema, o mesmo utilizado em todo o mundo. "Aqui, existia uma dificuldade inicial porque o PT, em algum momento, foi um pouco antissistema. Tinha uma disputa de quem era o antissistema. A partir do momento em que o PT é eleito como uma frente ampla, ele vira sistema", explicou.
Dessa forma, Bruzzi disse que a extrema direita deve reproduzir mais fielmente os discursos globais sobre seus "inimigos". "Como não conseguiam verbalizar isso na grande imprensa, a extrema direita veio para as redes sociais, se sentiu livre e se estabeleceu."
Barchini avaliou que a saída do presidente Jair Bolsonaro (PL) do cargo deve dificultar o financiamento de perfis associados a discursos extremistas nas redes sociais. Mesmo assim, ele acredita que não será o fim da disseminação de ódio online. "Ser oposição, do ponto de vista das redes sociais, facilita porque o conteúdo negativo tende a ter muito engajamento."
O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja a íntegra do programa:
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