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Ilan Goldfajn, economista brasileiro, é eleito novo presidente do BID

Ilan Goldfajn no Almoço de Confraternização dos Dirigentes de Bancos - Zanone Fraissat/Folhapress
Ilan Goldfajn no Almoço de Confraternização dos Dirigentes de Bancos Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Do UOL

Do UOL, em São Paulo

20/11/2022 12h44Atualizada em 20/11/2022 17h19

Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, foi eleito presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) na manhã deste domingo (20).

A assembleia de governadores do BID escolheu Goldfajn com 80,1% dos votos. É a primeira vez que um brasileiro vai presidir a instituição, fundada em 1959 e com sede em Washington, nos Estados Unidos.

O novo presidente derrotou quatro candidatos: Nicolás Eyzaguirre Guzmán (Chile); Gerardo Esquivel Hernández (México), Gerard Johnson, ex-funcionário do BID nomeado por Trindade e Tobago; e Cecilia Todesca Bocco (Argentina), que desistiu do pleito e não obteve nenhum voto.

Ilan Goldfajn foi indicado para a presidência do Banco Central pelo então ministro da Fazenda Henrique Meirelles, sob a gestão do presidente Michel Temer (MDB). Ele assumiu o cargo em junho de 2016 e permaneceu até 2019.

O ministério da Economia confirmou oficialmente a escolha de Ilan Goldfajn neste domingo. "O resultado foi conquistado após campanha liderada pelo Ministério da Economia. O candidato brasileiro alcançou ampla maioria, superando os critérios de porcentual do capital votante do Banco e de apoio regional, o que permitiu que a eleição fosse concluída na primeira rodada", enfatizou.

Desistência de candidata argentina aumentou chances de vitória. A expectativa do governo brasileiro era obter 51% dos votos ainda no primeiro turno, um dos critérios para vencer. E se faltasse atingir o apoio de 15 dos 28 países membros "mutuários" e "regionais não mutuários", grupo que inclui os Estados Unidos e o Canadá, a esperança era conquistá-lo no segundo turno, conforme fontes que acompanham bastidores das eleições no BID. Esses são os dois critérios de exigência para o candidato se eleger presidente da instituição

A imprensa argentina informa que a desistência do país pela disputa ao cargo se deu após muitas negociações. E que agora, a Casa Rosada busca um acordo com os Estados Unidos e o Canadá para apoiar o Brasil, na figura de Goldfajn.

Em outubro, o ministério da Economia confirmou a indicação de Ilan Goldfajn para concorrer ao cargo máximo.

Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que o candidato concilia "ampla e bem-sucedida experiência profissional no setor público, em organismos multilaterais e no setor privado". Ele também destacou sua "sólida formação acadêmica", que, segundo ele, o qualificam para o exercício do cargo.

O nome de Ilan Goldfajn foi alvo de disputas políticas por causa da oposição de uma ala do PT (Partido dos Trabalhadores) após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas para a presidência da República

Sua campanha foi atrapalhada por uma tentativa de membros petistas de postergar as eleições da instituição e ganhar tempo para indicar um novo nome, com perfil mais alinhado ao partido.

Quem é Ilan Goldfajn. Nascido em Haifa (Israel) em 1966, Goldfajn mudou-se para o de Rio de Janeiro ainda jovem. Ele se formou em Economia pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e concluiu mestrado na mesma instituição.

Ele acumula passagens pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) nos anos 1990 e pelo Itaú Unibanco entre 2009 e 2016, onde atuou como economista-chefe. Foi sócio da Gávea Investimentos e também deu aulas de economia na PUC fluminense no início dos anos 2000.

Antes de assumir a presidência do BC, Ilan Goldfajn já havia sido diretor de política econômica da instituição entre 2000 e 2003.

Com informações da Agência Estado e Estadão Conteúdo