PEC alternativa de R$ 70 bi é mais palatável para o mercado, diz economista
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) alternativa à proposta apresentada pela equipe do governo de transição pode ser melhor recebida pelo mercado financeiro, segundo o economista Aod Cunha. O novo texto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), no sábado (19), limitando os gastos em R$ 70 bilhões no Orçamento de 2023. Estimativas apontam que a PEC da Transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve custar R$ 175 bilhões por ano.
"É consenso que o Brasil tem um desafio grande na área social, a pandemia deixou consequências muito pesadas principalmente para as famílias mais pobres", disse Cunha, em entrevista ao UOL News. "Então, é preciso achar recursos que não existem hoje no Orçamento. Mas esse tipo de despesa e outros programas sociais dariam nesses R$ 70 bilhões adicionais que estão na proposta alternativa do senador Alessandro Vieira", completou.
O economista explicou que o nervosismo do mercado foi uma reação à proposta do governo eleito entregue ao Congresso Nacional na semana passada. "[Nesse texto], falamos de R$ 175 bilhões sem previsão de reajuste. E, mais do que isso, ele abre espaço dentro do Orçamento para mais de R$ 100 bilhões para investimentos que não se sabem ao certo onde. Houve um certo exagero", afirmou Cunha.
Por isso, o especialista avaliou que a PEC de Alessandro Vieira tem mais afinidade com a atual situação fiscal do país. "Para poder entregar bons programas sociais, precisa ter responsabilidade fiscal. A PEC alternativa é mais compatível com essa responsabilidade social e fiscal. É um avanço, ela me parece mais sustentável e palatável sem pressionar dólar e as taxas de juros, que acabam afetando os mais pobres."
Josias: Aversão do PT a Ilan Goldfajn no BID mostra dificuldade em reconhecer talento técnico
O colunista do UOL Josias de Souza comentou a escolha do ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn para o cargo de presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
O jornalista disse que a opção por Ilan para presidir a instituição é muito importante para o país, e criticou as falas negativas de integrantes do PT sobre a indicação.
"É desalentador notar esse nariz torcido do PT para a indicação do Ilan Goldfajn. Ele foi indicado pelo governo Bolsonaro, por sugestão de Paulo Guedes — um ministro que fez tanta coisa ruim, mas acabou fazendo uma coisa boa no final", afirmou Josias.
"É lamentável que o PT não tenha tido dimensão para enxergar a importância desse movimento e de patrocinar um nome que é tecnicamente respeitável e não tem vínculo partidário", prosseguiu. "Essa aversão do PT mostra uma dificuldade de reconhecer o talento técnico acima do partido. Em um momento em que se discute composição de governo, é triste verificar que o partido que ganhou a presidência da República é incapaz de escolher pessoas para postos importantes sem olhar a coloração partidária", analisou Josias.
Vai ser difícil governo de transição se contrapor à PEC alternativa, diz Josias
Falando sobre a PEC alternativa do senador Alessandro Vieira, Josias de Souza avaliou que o PT terá dificuldades em rejeitar a proposta sem sair com a imagem arranhada.
"A ideia do senador Alessandro Vieira é muito oportuna e difícil de se contrapor. Vai ser muito difícil para o governo de transição e para o Lula se contraporem a essa proposta", disse.
"Não se pode dizer que o senador está sendo negligente com a emergência social e, ao mesmo tempo, ele respeita a necessidade de impor alguma responsabilidade fiscal ao próximo governo quando estabelece uma data para que seja apresentado um novo regime fiscal, algo para substituir o teto de gastos", afirmou Josias.
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