Bolsa Família: Governo estuda dar curso profissionalizante a beneficiários
A ideia é que os cursos gerem empregos e permitam que as famílias aumentem a renda. Assim, com o tempo, ela poderiam sair do Bolsa Família. O plano está sendo discutido pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Luiz Marinho (Trabalho) com entidades e empresas privadas. Não há prazo definido para começar de fato.
Haverá capacitação para várias profissões. Entre os treinamentos, deve haver cursos de construção civil (pedreiro, eletricista e encanador, por exemplo), projetos de infraestrutura (mestre de obras), agropecuária e óleo e gás, entre outros. A lista ainda está em elaboração.
A participação nos treinamentos será voluntária. Segundo Wellington Dias, a capacitação não precisa ser obrigatória porque as pessoas querem trabalhar e aumentar a renda da família, e deve haver adesão.
Onde haverá treinamento?
O governo vai cruzar dois mapas com informações sociais para definir locais de curso. Um dos mapas traz lugares que necessitam de mão de obra com alguma especialização e outro tem a concentração de população de baixa renda que precisa de emprego. As informações virão da lista dos integrantes do CadÚnico (Cadastro Único).
Vamos trabalhar a inclusão socioeconômica pelo emprego e formação em áreas de obras e investimentos públicos e privados e com base no Cadastro Único.
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social
O setor de construção deve ser um dos principais do projeto. Por meio de parcerias com entidades e empresas privadas, deve ser oferecido treinamento em canteiros de obras.
O governo quer fazer parcerias com empresas e entidades privadas. Uma delas é a Cbic (Câmara Brasileira da Industria da Construção), além de institutos federais e Senai, que já têm a expertise de treinar mão de obra. O mapeamento pode estimular a criação de empregos em regiões distantes dos grandes centros urbanos, diz José Carlos Martins, presidente da Cbic.
Se eu vou fazer uma barragem no interior do Ceará, consigo capacitar as pessoas daquele lugar, não preciso levar trabalhador de outro ponto do país. Vou aproveitar a mão de obra local.
José Carlos Martins
Curso profissionalizante deveria ser obrigatório?
Há especialistas que acham que não. Carla Beni, professora de MBA da FGV (Fundação Getulio Vargas), afirma que não pode ser obrigatório porque cada beneficiário tem uma situação de vida.
A crítica de que o modelo do Bolsa Família "não ensina a pescar" é centralizada no autoritarismo e no moralismo. A família tem situação de tamanha emergência, que é preciso dar o peixe para que ela apenas sobreviva. Mas precisa de condicionantes: criança tem que estar na escola, grávida tem que fazer pré-natal, as vacinas precisam estar em dia.
Carla Beni, professora de MBA da FGV
O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) diz que os cursos deveriam ser obrigatórios. Segundo ele, o beneficiário precisa oferecer uma contrapartida ao recebimento do dinheiro do programa.
Senão a pessoa não precisa fazer esforço, fica só mexendo no celular, preenchendo o cadastro e recebendo o dinheiro. Quando se fala em auxílio e bolsa, tem que ser um benefício temporário.
Coronel Tadeu
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