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Argentina estuda criar nota simbólica de 10 mil pesos com rosto de Messi

Montagem que circula nas redes traz sugestão de design para nota de 10 mil pesos com rosto de Messi - Reprodução/Twitter
Montagem que circula nas redes traz sugestão de design para nota de 10 mil pesos com rosto de Messi Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

10/02/2023 11h17Atualizada em 10/02/2023 14h52

Com inflação de quase 100% em 2022, o governo da Argentina estuda a possibilidade de emitir notas de maior valor, especificamente de 5.000 e de 10.000 pesos (cerca de R$ 138 e R$ 277). Segundo o jornal La Nación, a discussão ainda está longe de uma definição, mas a presidente do Banco Nación, Silvina Batakis, já tem uma ideia de quem poderia estampar uma das cédulas: Lionel Messi.

"Escutei o presidente [Alberto Fernández] dizer que estão analisando outros valores de cédulas", disse Batakis à Radio con Vos. "Eu brincaria com algo que mexa com o coração dos argentinos, como uma nota simbólica, que tenha relação com a Copa do Mundo, por exemplo. Totalmente faria uma cédula de Messi."

Um país não pode esconder a inflação atrás de uma cédula, então entendo que é algo que está sendo discutido dentro do Poder Executivo junto ao Banco Central. (...) E é uma necessidade hoje em dia. O Banco Nación tem 750 sucursais em todo o país, é o banco com maior capilaridade. Mas a verdade é que a logística é difícil e cara.
Silvina Batakis, presidente do Banco Nación

Nota de 2.000 pesos

As declarações de Batakis vêm menos de uma semana depois de o Banco Central argentino anunciar que vai passar a emitir notas de 2.000 pesos (R$ 55). A nova cédula valerá US$ 11 oficialmente e US$ nos mercados paralelos comumente usados no país.

Até então, a maior nota era a de 1.000 pesos, equivalente a US$ 2,70 nos mercados paralelos.

O peso argentino perdeu tanto valor que um artista local, Sergio Guillermo Diaz, passou a pintar nas cédulas, e não mais em papel. "Uma vez que eu pinto na nota, posso vendê-la por muito mais do que vale", contou à Reuters.

Inflação de quase 100%

Terceira maior economia da América Latina, a Argentina está mergulhada em uma inflação crônica de dois dígitos há uma década — um fenômeno de múltiplas causas, tanto internas quanto externas. Em 2022, a taxa acumulada foi de 94,8%, a maior em 32 anos e uma das mais altas do mundo.

Os itens que sofreram os maiores aumentos de preço foram o de roupas e calçados, com 120,8%, e restaurantes e hotéis, com 108,8%. Entre os que subiram menos, estão comunicação (67,8%) e habitação e serviços públicos (80,4%).

É o maior nível de inflação desde 1991, quando foram registrados aumentos interanuais de mais de 100% em vários meses. Nos dois anos anteriores, em 1989 e 1990, a Argentina viveu a hiperinflação, com preços subindo mais de 1.000% em 12 meses.

(Com AFP e Reuters)