Argentina estuda criar nota simbólica de 10 mil pesos com rosto de Messi
Com inflação de quase 100% em 2022, o governo da Argentina estuda a possibilidade de emitir notas de maior valor, especificamente de 5.000 e de 10.000 pesos (cerca de R$ 138 e R$ 277). Segundo o jornal La Nación, a discussão ainda está longe de uma definição, mas a presidente do Banco Nación, Silvina Batakis, já tem uma ideia de quem poderia estampar uma das cédulas: Lionel Messi.
"Escutei o presidente [Alberto Fernández] dizer que estão analisando outros valores de cédulas", disse Batakis à Radio con Vos. "Eu brincaria com algo que mexa com o coração dos argentinos, como uma nota simbólica, que tenha relação com a Copa do Mundo, por exemplo. Totalmente faria uma cédula de Messi."
Um país não pode esconder a inflação atrás de uma cédula, então entendo que é algo que está sendo discutido dentro do Poder Executivo junto ao Banco Central. (...) E é uma necessidade hoje em dia. O Banco Nación tem 750 sucursais em todo o país, é o banco com maior capilaridade. Mas a verdade é que a logística é difícil e cara.
Silvina Batakis, presidente do Banco Nación
Nota de 2.000 pesos
As declarações de Batakis vêm menos de uma semana depois de o Banco Central argentino anunciar que vai passar a emitir notas de 2.000 pesos (R$ 55). A nova cédula valerá US$ 11 oficialmente e US$ nos mercados paralelos comumente usados no país.
Até então, a maior nota era a de 1.000 pesos, equivalente a US$ 2,70 nos mercados paralelos.
O peso argentino perdeu tanto valor que um artista local, Sergio Guillermo Diaz, passou a pintar nas cédulas, e não mais em papel. "Uma vez que eu pinto na nota, posso vendê-la por muito mais do que vale", contou à Reuters.
Inflação de quase 100%
Terceira maior economia da América Latina, a Argentina está mergulhada em uma inflação crônica de dois dígitos há uma década — um fenômeno de múltiplas causas, tanto internas quanto externas. Em 2022, a taxa acumulada foi de 94,8%, a maior em 32 anos e uma das mais altas do mundo.
Os itens que sofreram os maiores aumentos de preço foram o de roupas e calçados, com 120,8%, e restaurantes e hotéis, com 108,8%. Entre os que subiram menos, estão comunicação (67,8%) e habitação e serviços públicos (80,4%).
É o maior nível de inflação desde 1991, quando foram registrados aumentos interanuais de mais de 100% em vários meses. Nos dois anos anteriores, em 1989 e 1990, a Argentina viveu a hiperinflação, com preços subindo mais de 1.000% em 12 meses.
(Com AFP e Reuters)
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