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Economista: Governo usar a Petrobras contra alta de preços seria retrocesso

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/02/2023 10h01

Na opinião do economista Adriano Pires, o possível uso da Petrobras pelo governo para abater a alta nos preços dos combustíveis com a reoneração de impostos seria um retrocesso. Indicado por Jair Bolsonaro à presidência da estatal, ele mostrou-se receoso em entrevista ao UOL News nesta terça quanto à forma como a atual equipe econômica equilibrará estes valores.

Meu receio é uma volta ao passado, que só prejudicou a Petrobras, os acionistas e a própria sociedade brasileira. Torço para que não se faça esse retrocesso de usar a Petrobras para evitar um aumento maior na bomba. O governo diz duas coisas que não consigo ligá-las: não quer perder arrecadação, mas também não quer aumentar tanto o preço para o consumidor. Isso está mal explicado. Adriano Pires, economista

A decisão de reonerar os combustíveis foi um acerto do governo Lula, na opinião de Pires. O economista, porém, fez uma ressalva: a atual equipe econômica ainda precisa deixar clara sua estratégia. Ele ainda defendeu a volta do imposto cheio sobre a gasolina e o etanol.

O governo acerta. Não faz sentido desonerar um combustível fóssil como a gasolina. Na realidade, você estaria subsidiando os donos de automóveis. Mas ainda me parece confuso como isso será feito. Se não colocar o imposto cheio na gasolina e no etanol, não dará aquele sinal de que realmente está reonerando. O governo deveria prestar atenção para não criar ruídos e sinais equivocados ao mercado. Adriano Pires, economista

Em março de 2022, Pires foi indicado por Bolsonaro à presidência da Petrobras logo após a demissão de Joaquim Silva e Luna. O economista não aceitou o cargo e rebateu declarações do então presidente da República, que havia pedido para a Petrobras reduzir sua margem de lucro. Pires afirmou que Bolsonaro "confundia a estatal com o governo".

Josias: Com atraso, Moraes descobre que golpistas civis e militares se lambuzam do bolsonarismo

Josias de Souza concordou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de que o STF também julgará os militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. O colunista fez uma ressalva pela demora deste anúncio, mas espera que agora tanto civis como militares sejam punidos com o mesmo rigor pela invasão às sedes dos Três Poderes.

Só agora Alexandre de Moraes descobre que golpistas civis e militares se lambuzam da mesma maneira comendo manga ou digerindo a pregação gosmenta do bolsonarismo. Os golpistas militares foram lançados no mesmo caldeirão em que se encontram os militantes civis das falanges bolsonaristas e serão submetidos ao mesmo rigor. Josias de Souza, colunista

CPMI sobre 8/1 seria palco de lacração da oposição, diz cientista política

A cientista política Denilde Holzhacker vê com cautela o pedido de abertura de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Ela considera que esta ação pode tumultuar as apurações, em vez de trazer novos elementos realmente úteis.

Uma CPI pode ajudar quando há de fato uma investigação acontecendo e traz informações para a Justiça. Do ponto de vista prático, não me parece que ela trará mais informações ou contribuir para fortalecer os processos judiciais. Ela será palco para uma atuação quase de lacração de alguns parlamentares. Olho com muita cautela se não criaríamos uma situação de mais turbulência e instabilidade. Denilde Holzhacker, cientista política

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