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Magalu demite fundadores do Kabum com justa causa e vira alvo na Justiça

Após a rescisão do contrato CLT, Thiago e Leandro entraram com uma ação trabalhista contra o Magazine Luiza - Reprodução
Após a rescisão do contrato CLT, Thiago e Leandro entraram com uma ação trabalhista contra o Magazine Luiza Imagem: Reprodução

Eduarda Esteves

Do UOL, em São Paulo

20/04/2023 18h32Atualizada em 20/04/2023 20h28

O Magazine Luiza demitiu os fundadores do Kabum, Thiago e Leandro Ramos, alegando justa causa. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo UOL.

O que aconteceu:

A varejista alegou que os irmãos estavam, em paralelo à atuação no Kabum, trabalhando em uma nova empresa, concorrente da companhia, o que seria desleal. Os fundadores do Kabum, plataforma de e-commerce de tecnologia e games, negam.

Após a rescisão do contrato CLT, Thiago e Leandro entraram com uma ação trabalhista contra o Magazine Luiza, alegando que o desligamento foi sem justa causa.

O UOL teve acesso ao documento movido pelos fundadores do Kabum. No texto, a defesa dos irmãos diz que a demissão com justa causa foi, na verdade, uma retaliação por parte do Magalu. Isso porque a varejista foi notificada sobre o ajuizamento de um processo Thiago e Leandro contra o Itaú BBA.

A defesa pede o pagamento de todas as verbas rescisórias e bônus, além de danos morais. O processo diz ainda que o Magalu precisa concluir o pagamento, referente a compra da empresa, no valor de R$ 1 bilhão.

Itaú também é processado

No início deste ano, Leandro e Thiago Camargo Ramos, fundadores do Kabum, afirmaram ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que o Itaú favoreceu o Magazine Luiza no processo de venda do negócio. A transação, pelo valor de R$ 3,5 bilhões, foi concluída em dezembro de 2021.

Em fevereiro deste ano, eles tiveram o contrato de trabalho suspenso dos cargos que ocupavam na administração da varejista.

Os ex-donos do Kabum dizem que o processo de venda deveria ter sido mais competitivo e que outros interessados na empresa foram preteridos. Entre eles, citam Luciano Hang, da Havan, que teria ligado aos irmãos diretamente, em 2020, para tentar participar do processo.

"O Itaú, seja por condutas omissivas, seja por condutas comissivas, manobrou para que propostas ou negociações com outros interessados fossem sabotadas, minadas ou abandonadas de modo que os autores fechassem negócio com o Magazine Luiza", diz a defesa dos irmãos.

Os advogados do Itaú contestam as acusações. "O pleito, além de abusivo, em razão da tentativa de obtenção de informações protegidas por sigilo e que violam a privacidade dos envolvidos (direito fundamental), é também ostensivamente genérico e indeterminado", afirma a defesa.

Procurado pelo UOL, o Magazine Luiza informou que não vai comentar o caso.