Juiz cita falta de empenho e manda Hurb marcar viagem de casal para NY
Um casal procurou a Justiça porque não conseguia marcar a data de uma viagem para Nova York comprada no Hurb. A Justiça determinou que o Hurb marque a viagem do casal e disse que havia falta de empenho da empresa para resolver o problema.
O que aconteceu
Um casal comprou uma viagem para Nova York pelo site Hurb. Porém, não conseguiu confirmar a data de embarque com a empresa após duas tentativas.
A viagem foi comprada em 2021, com embarque previsto para 2023. O pacote foi comprado por R$ 3.796,80, e pago em 12 parcelas.
Em junho de 2022, eles fizeram a primeira tentativa de marcar a data da viagem, mas não tiveram sucesso. Enviaram três possibilidades de data ao Hurb, entre março e abril de 2023. Mas a empresa não confirmou os voos.
O casal fez uma reclamação no site Reclame Aqui e a empresa propôs que fossem apresentadas novas datas. Na resposta, o Hurb disse que não havia previsão para a entrega dos voos e sugeriu a apresentação de novas datas ou o cancelamento do pacote.
O casal enviou novamente opções de datas para a viagem, mas elas estavam indisponíveis. As novas datas eram em junho de 2023. Porém, a poucos dias do prazo limite para a confirmação, o Hurb avisou que as datas indicadas estavam indisponíveis.
O casal procurou a Justiça, citando "caos" na empresa. Na petição, a defesa do casal cita a crise pela qual passa o Hurb e também a "iminente frustração da viagem programada há mais de um ano".
O juiz determinou que a empresa marque a viagem em junho de 2023. O juiz Sang Duk Kim, da 7ª Vara Civil de São Paulo, aceitou o pedido do casal no dia 4. Ele determinou que o Hurb entregue a viagem, com embarque preferencial nas datas sugeridas pelo casal ou então em qualquer data no mês de junho.
Se não cumprir, empresa deverá pagar multa de R$ 10 mil. O Hurb tem cinco dias para cumprir a decisão. O juiz diz ainda que a empresa "não tem se empenhado " em atender à demanda do casal.
O que diz o Hurb
Os pacotes com datas flexíveis não são vinculados a um determinado mês ou data. A empresa alega que esse tipo de produto não garante uma data para a viagem no momento da compra e que ele é vendido como "uma oferta a ser executada dentro do período regulamentado, não sendo vinculada a um mês ou a qualquer data específica".
O Hurb diz que busca priorizar as datas sugeridas pelo cliente. Caso não seja possível encontrar voos dentro do tarifário promocional, o viajante é orientado a sugerir novas datas considerando a validade do pacote. A empresa se compromete a seguir as obrigações do pacote dentro do período vigente em contrato. A empresa diz ainda que preza pela transparência e pelo cuidado com seus clientes.
Entenda a crise do Hurb
Milhares de pessoas buscaram o Reclame Aqui nos últimos seis meses para buscar uma solução para suas viagens. Consumidores relatam problemas com a empresa, como a não-realização de serviços contratados e a falta de reembolso em caso de cancelamento de viagens.
Empresa está sendo investigada pelo Ministério da Justiça. A pasta abriu um processo administrativo contra o Hurb por desrespeito aos direitos dos consumidores e cobra comprovação da situação financeira da empresa. O Procon-SP também acompanha as reclamações.
O CEO do Hurb, João Ricardo Mendes, renunciou. Ele se afastou do comando da empresa após ter xingado e ameaçado clientes insatisfeitos nas redes sociais. Otávio Brissant assumiu o cargo interinamente até que a companhia vote em um nome definitivo.
O Hurb vende pacotes de viagem antecipados para clientes que preferem deixar os encargos para a empresa e comprar mais em conta. Porém, esse modelo de negócio depende de mais dinheiro entrando do que saindo do caixa e de preços atrativos para os clientes.
A pandemia afetou as empresas de turismo. Para gerar receitas e manterem o negócio, muitas empresas de viagens começaram a vender pacotes antecipadamente.
Com a retomada do turismo, os preços subiram e os pacotes estão mais caros do que o planejado inicialmente pelo Hurb. Agora, o Hurb e outras empresas estão enfrentando dificuldades para honrar os pacotes vendidos nos anos de pandemia.
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