Prévia da inflação desacelera e sobe 0,13% em setembro, diz IBGE
A retomada da bandeira vermelha na cobrança da energia elétrica residencial guiou a alta de 0,13% da prévia da inflação em setembro, mostram dados publicados nesta quarta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação corresponde a uma perda de força em relação ao avanço de 0,19% dos preços em agosto e faz o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acumular alta de 4,12% nos últimos 12 meses.
O que diz o IPCA-15
Prévia da inflação perde força e avança 0,13% em setembro. Resultado abaixo da estimativa de alta de 0,29% marca o quarto mês consecutivo de desaceleração do IPCA-15. Em setembro do ano passado, a prévia da inflação ficou em 0,36%.
Índice acumulado em 12 meses se afasta mais do teto da meta. O IPCA-15 apresenta alta de 4,12% entre outubro de 2023 e setembro de 2024. A variação é inferior à taxa de 4,35% divulgada no mês passado. Em julho, o indicador ficou a apenas 0,05 ponto percentual do limite de tolerância meta. No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, a variação do indicador é de 3,15%.
Teto da meta de inflação para este ano é de 4,5%. O CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão formado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e pelo BC (Banco Central), estabelece em 3% a meta de inflação para 2024. O percentual, no entanto, conta com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (de 1,5% a 4,5%).
Energia elétrica
Contas de luz mais caras impulsionam resultado da inflação. O preço das tarifas de energia elétrica residencial subiram 0,84% em setembro. Alta foi a principal responsável pelo aumento de 0,5% dos preços do grupo de habitação.
Alta é justificada pela adoção da bandeira vermelha patamar 1. A definição a partir do dia 1º de setembro resulta no acréscimo de R$ 4.463 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. No mês passado, o retorno da bandeira verde resultou na queda de 0,42% nas contas de luz.
Tendência é de que a cobrança adicional permaneça em vigor. Em entrevista na semana passada, o diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, manifestou preocupação com a seca dos reservatórios. Ele não descarta o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, que deixa as contas R$ 7,877 mais cara a cada 100 kWh consumidos.
Outros gastos ligados à habitação também subiram no mês. As tarifas de água e esgoto aumentaram 0,38%. Já o preço do gás encanado subiu 0,19% após o reajuste de 2,77% no Rio de Janeiro (RJ) a partir de 1º de agosto e da mudança na estrutura das faixas de consumo nas faturas em Curitiba (PR).
Alimentação
Preço dos alimentos e bebidas sobe após dois meses de queda. O grupo de maior peso para o cálculo do IPCA-15 subiu 0,05% em setembro. O resultado foi impactado pela alta de 0,22% da alimentação fora do domicílio, com altas do lanche (0,2%) e da refeição (0,22%).
Alimentação dentro de casa teve variação negativa de 0,01%. O resultado surge após recuo de 1,3% em agosto. Contribuíram para o resultado a queda de preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%).
Frutas marcam as altas mais significativas do índice de preços. Os destaques do lado das variações positivas na alimentação em setembro ficam por conta do mamão (30,02%) e da banana-prata (7,29%). O café moído está 3,32% mais caro.
Combustíveis
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Quero receberVeja a variação de cada um dos grupos
- Habitação: +0,5%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,32%
- Artigos de residência: +0,17%
- Vestuário: +0,12%
- Comunicação: +0,07%
- Alimentação e bebidas: +0,05%
- Educação: +0,05%
- Despesas pessoais: -0,04%
- Transportes: -0,08%
O que é o IPCA-15
O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 15 de agosto e 13 de setembro.
O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).
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