Haddad diz que expectativa de avanço do PIB pode ser revista novamente

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta segunda-feira (14) que não há motivos para observar um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) abaixo da média mundial e declarou ser possível manter um avanço médio de 2,5% a longo prazo. Sobre as projeções mais otimistas, ele não descarta uma nova revisão por parte do governo.

O que aconteceu

Haddad comentou recentes projeções de alta do PIB. Ao comentar as expectativas de avanço acima de 3% da economia nacional, o ministro não descarta a possibilidade de uma nova revisão positiva nos próximos meses.

Talvez a gente tenha que rever mais uma vez a projeção de alta do PIB.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Agentes projetam crescimento acima de 3% para este ano. Enquanto o mercado financeiro passou a prever uma alta acima de 3% pela primeira vez, o Ministério da Fazenda e o BC (Banco Central) estimam que o PIB crescerá na faixa dos 3,2%.

O ministro avalia que a atividade está estagnada há mais de uma década. Para Haddad, o cenário abre caminho para o atual avanço. "Há um conjunto de projetos e investimentos que estão represados há muito tempo", disse durante apresentação no Itaú Macro Vision.

Ele prevê avanço econômico semelhante à média mundial. A declaração de Haddad demonstra otimismo para o crescimento deste ano e dos próximos. "Nós podemos mirar uma taxa média de crescimento acima de 2,5%, sem nenhum risco de desequilíbrios importantes", garantiu.

Percepção é de que eventos adversos tiveram efeitos limitados. Ao recordar os efeitos da seca e a tragédia no Rio Grande do Sul, Haddad comemora que os eventos não impactaram tanto a inflação, que permanece no intervalo da meta. "Mesmo com esses choques, ainda estamos discutindo se a inflação vai ficar no teto da meta", ressaltou.

Arcabouço fiscal

Haddad garantiu o compromisso de cumprir as metas fiscais. Para a manutenção da proposta de zerar déficit público no longo prazo, o ministro destaca que o governo tanta fazer com a que a despesa pública comece a cair e que as receitas aumentem.

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Ele comparou a situação atual com a vivida entre 2011 e 2013. Ao classificar o período com "os bons tempos" fiscais, Haddad recorda que as receitas no início da década passada correspondiam a 19% do PIB e as despesas representavam 17%. "Isso se invertível", observou.

Ministro vê Brasil próximo de reconquistar o grau de investimento. Haddad disse ver o comunicado de elevação da nota de crédito pela Moody's como "muito fiel" com a percepção que ele tem sobre a economia nacional. "Estamos em uma roda que pode nos dar o grau de investimento até 2026", avalia.

Se defendermos a arquitetura do arcabouço fiscal, vamos chegar ao grau de investimento.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Haddad avalia que trabalho com o Congresso está mais harmonioso. Segundo o ministro, não cabe somente ao Executivo o cumprimento das normas. Ainda assim, ele diz ver com bons olhos a chance de avanço das propostas no Legislativo. "Sempre é um desafio político a condução da política econômica, mas as condições que vemos hoje, inclusive no Congresso, pavimentam um caminho de diálogo", afirmou.

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