Dólar amplia queda e fecha novamente abaixo de R$ 6; Bolsa segue em queda
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O dólar intensificou a queda ante o real nesta quinta-feira (23) e manteve a cotação abaixo de R$ 5,90. O recuo ocorre um dia após a moeda norte-americana romper a barreira de R$ 6 pela primeira vez em mais de um mês.
O que aconteceu
Dólar comercial recua nesta ante o real quinta-feira. O movimento abre caminho para a quarta queda consecutiva da divisa, após manter estabilidade ao longo de toda a manhã. Mesmo com a alta registrada nas primeiras horas da sessão, o dólar permaneceu distante dos R$ 6. Nesta tarde, a moeda fechou custando R$ 5,926, uma queda de 0,34%.
Na véspera, o dólar fechou no menor valor desde novembro. Com a sequência de três pregões consecutivos de baixa, a moeda norte-americana voltou a encerrar um dia abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 11 de dezembro. O recuo de 1,4% levou o dólar a R$ 5,946, o menor valor desde 27 de novembro do ano passado (R$ 5,912).
Cotação para viajantes também operou em queda. O dólar turismo apresentou pequena variação ao longo de toda a manhã, mas passou a cair no início da tarde. A moeda fechou com queda de 0,74% ao custo de R$ 6,136.
Efeito Trump contribui para recente desvalorização do dólar. O movimento considera a postura mais branda do presidente dos Estados Unidos em seus primeiros dias de mandato. A ideia de taxação sobre as importações foi adiada para fevereiro e o percentual estimado para os produtos originados na China reduzido.
Atenções foram voltadas para o Fórum Econômico Mundial. Com a agenda de indicadores fraca, a participação de Donald Trump no evento realizado em Davos, na Suíça, atraiu os holofotes do mercado financeiro. O discurso, no entanto, não reverteu a trajetória de queda do dólar em relação ao real. A apreensão dos analistas envolve eventuais manifestações inflacionárias que poderiam impedir um recuo da taxa de juros dos EUA e, consequentemente, prejudicar o Brasil e outros emergentes.
Possíveis declarações sobre tarifas e sanções comerciais podem influenciar o cenário global.
Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital
Desvalorização futura do dólar ainda é incerta. A persistência do recuo da moeda norte-americana, que acumula queda de 3,8% neste ano, ainda depende do cenário internacional favorável e da continuidade das reformas fiscais no Brasil. "Incertezas políticas e fiscais ainda representam riscos significativos que podem afetar o apetite por risco e influenciar negativamente o real", diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
Bolsa
Ibovespa caiu no pregão desta quinta. A variação negativa surge após valorização observada ao longo de toda a manhã. Com isso, o principal índice do mercado acionário brasileiro fechou a baixo dos 123 pontos, uma queda de 0,38%. O volume financeiro do pregão somou R$ 12,86.
Grupo Casas Bahia (BHIA3) lidera os ganhos. Com variação positiva acima de 6%, as ações da varejista são negociadas por R$ 3,48 (+6,42%).
MRV Engenharia (MRVE3) registra o maior recuo do pregão. Os papéis da construtora recuam 5,7% e são comercializados por R$ 5,13.
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