Caged: Brasil termina 2024 com criação de 1,7 milhão de empregos formais

O Brasil registrou a perda de 535 mil postos de trabalho com carteira assinada em dezembro, segundo dados Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Apesar desse dado negativo, o ano foi encerrado com índice positivo de 1.693.673 vagas formais. Os valores foram apresentados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a queda de registros no último mês do ano já era esperada.

Como foi o Caged

O mercado de trabalho apresentou saldo negativo em dezembro de 2024. Foram fechados 535.547 postos de trabalho. O resultado vem da admissão de 1.524.251 pessoas e do desligamento de 2.059.798 trabalhadores.

O saldo de empregos em 2024 teve um crescimento de 16,5% em relação ao saldo registrado de 2023. No ano anterior, foram criadas 1.454.124 vagas. Nos dois primeiros anos do governo Lula, o saldo positivo é de 3.147.797 postos formais.

No ano de 2024, todos os 5 grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos. Os destaques foram o setor de serviços, com geração de 929.002 postos e comércio, que gerou 336.110 postos.

O saldo positivo foi registrado em todas as 27 unidades federativas em 2024. Os três maiores criadores de empregos no ano estavam na região Sudeste: São Paulo criou 459.371 empregos formais, Rio de Janeiro, 145.240, e Minas Gerais, 139.503.

Divisão dos empregos e salários

Indígenas perderam empregos no ano todo, e vagas para negros cresceram pouco. Segundo os dados do Caged, divulgados hoje, o saldo foi positivo para mulheres (898.680 postos) e para homens (794.993), sendo também positivo para pardos (1.929.771), brancos (908.732), pretos (373.501) e amarelos (+13.271). Trabalhadores dos povos indígenas, no entanto, perderam 1.502 empregos formais.

O salário médio real de admissão subiu. Em todo o ano, os brasileiros foram contratados ganhando, em média, R$ 2.177,96, aumento de R$ 55,02 (+2,59%) em comparação com 2023 (R$ 2.122,94). Focando apenas em dezembro de 2024, os novos contratos foram abertos com salário de R$ 2.162,22, R$ 33,41, ou 1,57%, a mais que no último mês de 2023.

Ministro critica mercado e Banco Central

Na entrevista coletiva, o ministro aproveitou para atacar a política de juros do Brasil e o mercado, que, segundo ele, costuma fazer projeções negativas para a economia do país. Luiz Marinho afirmou que espera que o Banco Central reveja a previsão de aumentar em mais 1 ponto percentual a taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

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Juros podem ter aumentado queda de empregos formais em dezembro, diz Marinho. "A gente esperava entre 430 mil e 450 mil a menos, mas veio pior. Podem ser os juros? Claro que pode. A gente esperava uma economia aquecida e isso não aconteceu. Esperamos que a direção do Banco Central sinalize que precisamos mudar o sistema de controle da inflação não apenas controlando os juros."

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