OGX vende 40% de 2 blocos na bacia de Campos por US$ 850 mi
A petrolífera OGX anunciou no final da terça-feira (7) acordo para vender participação de 40% nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contêm o campo de Tubarão Martelo, além de acumulações Peró e Ingá, na bacia de Campos, por US$ 850 milhões.
O acordo foi acertado com a companhia estatal malaia de petróleo Petronas e estabelece que a petrolífera do empresário Eike Batista continuará como operadora dos blocos.
Além da compra de fatia nos blocos, a Petronas ficou com uma opção para adquirir 5% do capital total da OGX em poder do empresário a um preço de R$ 6,30 por ação. A opção poderá ser exercida até abril de 2015.
Na véspera, a ação da OGX fechou cotada a R$ 1,95.
A venda de ativos é vista por analistas como uma das soluções da holding EBX, de Eike, para se capitalizar e romper uma crise de confiança que vem corroendo o valor de mercado de suas empresas listadas em Bolsa.
A compra da participação pela Petronas ocorre depois que a alemã E.ON acertou acordo no fim de março para aumentar sua participação na companhia elétrica MPX, numa operação de R$ 2,1 bilhões.
Os negócios com OGX e MPX foram acertados depois que Eike fez uma parceria estratégia com o banco BTG Pactual no início de março que envolvendo linhas de crédito e futuros investimentos de capital de longo prazo para projetos da EBX.
A compra da participação nos blocos e a opção para entrada no capital da OGX representa a primeira entrada da Petronas na indústria petrolífera do Brasil. Além disso, uma unidade da companhia malaia se qualificou para participação de leilão de blocos de exploração no Brasil que ocorre em 14 e 15 de maio.
"A Petronas vê a aquisição como uma oportunidade altamente atraente em termos de qualidade de ativos e para crescimento estratégico de qualidade no Brasil", informou a companhia estatal em comunicado.
O campo de Tubarão Martelo tem início de produção previsto para o final deste ano.
"O interesse demonstrado pela Petronas na opção de compra para adquirir 5% de nossa companhia, no futuro, evidencia a qualidade de nosso time de executivos e nossas oportunidades de crescimento", afirmou Luiz Carneiro, presidente da OGX, em comunicado.
O acordo foi anunciado após semanas de negociações. Em abril, representantes do grupo de Eike Batista e da estatal malaia estiveram juntos na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro.
O negócio também ocorre em um momento em que a OGX tem problemas operacionais em seu campo Tubarão Azul, na bacia de Campos.
A petrolífera informou na terça-feira que sua produção em abril somou 13,9 mil barris de óleo equivalente por dia, em média, o que representa uma queda de 7,9% na comparação com o volume médio extraído em março.
(Por Alberto Alerigi Jr., edição Roberta Vilas Boas)
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