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Ex-presidente da CNI, Armando Monteiro comandará ministério após perder eleição

01/12/2014 15h48

SÃO PAULO, 1 Dez (Reuters) - Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro chega ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com a experiência de ter comandado a principal entidade empresarial do país e de dois mandatos como deputado e um como senador, que ainda exerce.

Também leva o PTB, partido que não estava na aliança que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em outubro, e assume o posto depois de sofrer uma grande virada e ser derrotado, ainda no primeiro turno, em sua tentativa de tornar-se governador de Pernambuco.

Monteiro, de 62 anos, foi presidente da CNI de 2002 até 2010 e sua chegada à Esplanada dos Ministérios pode sinalizar a intenção de Dilma de ter uma maior interlocução com o empresariado em seu segundo mandato, especialmente num cenário de fragilidade da atividade industrial.

“A minha vivência de todo o trabalho que fizemos juntos de vários temas extremamente complexos, seja da CNI ou mesmo do Congresso, do Senado, ele escuta, analisa e consegue conceituar de alguma forma objetiva, simples, que faz com que os temas tenham resoluções extremamente construtivas”, disse o presidente da Gerdau, Jorge Gerdau, em depoimento gravado para a campanha de Monteiro ao governo pernambucano.

Além do comando da CNI, Monteiro também dirigiu a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco e, formando em Administração de Empresas e Direito, é filiado ao PTB desde 2003.

Eleições em Pernambuco

Filho de Armando Monteiro Filho, ministro da Agricultura do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964 que deu início a 21 anos de regime militar, Monteiro disputou a eleição para governador de Pernambuco neste ano com o apoio do PT.

Liderou as pesquisas de intenção de voto por boa parte da campanha, inclusive com os levantamentos apontando vitória no primeiro turno.

Foi, no entanto, atropelado por Paulo Câmara (PSB) que, empurrado pela boa avaliação do governo de Eduardo Campos, pela comoção provocado pelo trágico falecimento do ex-governador em um acidente aéreo quando fazia campanha à Presidência e pelo apoio maciço da família Campos à sua candidatura, venceu a disputa já no primeiro turno. Câmara obteve 68 por cento dos votos válidos, contra 31 por cento de Monteiro.

Derrotado nas urnas, Monteiro vai agora para o Ministério do Desenvolvimento. Ele chega à pasta como possível segunda opção de Dilma. O mais cotado para assumir era o empresário Josué Gomes da Silva, candidato derrotado ao Senado por Minas Gerais e filho do falecido ex-vice-presidente José Alencar.

(Por Eduardo Simões)