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Sou contra usar a Petrobras para combater inflação, diz Haddad

Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

De São Paulo

13/09/2018 18h46

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, declarou-se nesta quinta-feira (13) contrário à utilização da Petrobras como ferramenta de combate à inflação, ao mesmo tempo que afirmou que o poder de monopólio da estatal não pode ser esquecido para evitar que a petroleira se torne "especulativa".

"Eu sou a favor de preço acima do custo de produção, por definição", disse Haddad quando indagado sobre como seria a política de preços da Petrobras, caso ele vença a eleição de outubro.

"Sou contra você usar a Petrobras para combater a inflação. A Petrobras é uma empresa, tem acionistas", acrescentou o petista durante entrevista coletiva com a imprensa estrangeira em São Paulo.

Haddad disse, por outro lado, que a Petrobras não pode ficar livre para fazer o que bem entender, devido ao poder de monopólio que detém. Ele afirmou que desconsiderar esse poder é "um erro simétrico" que, de acordo com ele, foi cometido pelo governo do presidente Michel Temer.

Greve dos caminhoneiros

"Se não você transforma a Petrobras numa empresa especulativa, que foi o que o governo Temer fez", disse. "E os resultados vocês viram. Íamos crescer 3%, vamos crescer 1,5% por conta da crise dos caminhoneiros", afirmou.

Em maio uma paralisação de caminhoneiros em todo o país gerou desabastecimento e provocou danos à economia que têm sido detectados por indicadores econômicos recentes.

Haddad lembrou na entrevista que, quando prefeito de São Paulo, a cidade ganhou o grau de investimento de agências de classificação de risco e afirmou que isso foi alcançado porque ele é um gestor fiscalmente responsável, mas que não fechou postos de saúde para obter a classificação.

Ele disse que o programa de governo do PT leva em consideração o endividamento público e o desequilíbrio fiscal, ao mesmo tempo que defendeu que responsabilidade fiscal não pode ser sinônimo de irresponsabilidade social.

"O povo tem que estar na equação", defendeu o presidenciável petista.

Indagado sobre se já tem em mente o nome de um futuro ministro da Fazenda, Haddad disse que, neste momento eleitoral, ainda não se está discutindo montagem de equipe, mas deu sinais do perfil que o futuro ministro terá.

"Vamos procurar o perfil de uma pessoa que concorde com o plano pré-estabelecido", disse. "Não vamos atrás de alguém que tenha um plano. Vamos atrás de alguém que execute o plano", afirmou.

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