Incorporadora capta R$ 327 mi para ampliar rede hoteleira Hard Rock no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - A brasileira Venture Capital Investimentos (VCI), que trouxe a marca Hard Rock no Brasil, captou R$ 327 milhões do fundo KCM, de Singapura, numa aposta para tentar ampliar no país o conceito de imóveis de propriedade compartilhada.
Os recursos serão usados principalmente para concluir as obras de dois empreendimentos da marca que estão em fase final no país, um em Fortaleza (CE), e outro na Ilha do Sol (PR).
Conhecida mundialmente, a Hard Rock tem hoje 27 negócios em operação dentro de suas divisões de shows, eventos, cassino e hotelaria, a mais importante. Além dos hotéis, a rede tem um restaurante em Curitiba (PR) e outro em Gramado (RS), como parte dos 35 empreendimentos em construção em vários países.
Misto de conjunto residencial e hotel de luxo, o modelo de propriedade compartilhada é comum nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, embora já seja praticado há vários anos, o sistema só foi regulamentado em dezembro.
Segundo o presidente da VCI, Samuel Sicchierolli, a unidade de Fortaleza teve cerca de R$ 70 milhões de cotas do empreendimento vendidos nos primeiros quatro meses.
"Com a nova captação, vamos poder acelerar os planos de expansão no Brasil", disse Sicchierolli à agência de notícias Reuters, contando que o plano da rede é ter sete empreendimentos no país nos próximos anos, sendo seis no conceito de multipropriedade, e um hotel convencional operado pela marca na capital paulista.
Modelo
Os empreendimentos são vendidos em cotas. Cada uma delas dá ao proprietário o direito de usar o apartamento duas semanas por ano. No caso de Fortaleza, a cota unitária de cada um dos 402 apartamentos custa R$ 65 mil. O empreendimento tem previsão de entrega para 2020 e volume geral de vendas (VGV) estimado em R$ 1,3 bilhão.
As cotas do empreendimento dão ao detentor a possibilidade de utilizar outras unidades da rede pelo mundo, sem custos.
A operação dos empreendimentos é feita pela própria Hard Rock, incluindo a mobília e decoração dos apartamentos, além dos eletrodomésticos e roupas de cama, mesa e banho condizentes com hospedagem de luxo. Além da compra da cota, cada participante paga o equivalente a R$ 200 por mês para custear manutenção e impostos, como IPTU.
"O público desse serviço percebe que o sistema de franquias de hotel geralmente resulta em perda de qualidade", diz Sicchierolli. "Para quem viaja bastante, pode ser preferível pagar uma vez e não gastar mais com hotel".
Alguns, no entanto, entram no segmento como investidores e depois podem revender suas cotas no mercado secundário.
"Não dá garantir que vai ter uma valorização, mas as pessoas compram por diferentes motivos", disse ele.
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