Arrecadação federal cai 0,58% em março, a R$ 109,854 bi, diz Receita
BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve queda real de 0,58% em março sobre igual mês de 2018, a R$ 109,854 bilhões, divulgou a Receita Federal nesta quarta-feira, em mais um dado que corrobora a fraqueza da retomada econômica.
O dado veio pior que a expectativa de R$ 117,237 bilhões, apontada por analistas em pesquisa da Reuters.
Em apresentação entregue junto com os números, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia ressaltou que o nível de atividade econômica tem afetado negativamente a arrecadação federal.
"O resultado da arrecadação em março veio abaixo da expectativa mediana de mercado, compensando resultado do mês anterior", trouxe o texto.
"Sondagem sobre Nova Previdência confirma percepção de que o setor privado está em compasso de espera", acrescentou.
Mais cedo nesta quarta-feira, o governo também divulgou que houve fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego em março, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio.
Detalhamento
Em março, a arrecadação foi afetada principalmente pelas quedas de 9,43% no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Rendimentos de Capital (-R$ 346 milhões) e de 10,74% sobre Rendimentos de Residentes no Exterior (-R$ 308 milhões).
Segundo a Receita, a arrecadação com Cide-Combustíveis também contribuiu para a performance no vermelho, com recuo de 48,09% sobre março do ano passado, numa diminuição de R$ 203 milhões.
A receita previdenciária teve retração de 0,43% na mesma base, num decréscimo de R$ 143 milhões.
Nos três primeiros meses do ano, a arrecadação cresceu 1,09% sobre igual etapa de 2018, em termos reais, a R$ 385,341 bilhões. Na série corrigida pela inflação, este é o melhor resultado para o período desde 2014 (R$ 393,383 bilhões).
Governo reduziu previsão para o PIB
No relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado no fim de março, o governo anunciou um contingenciamento de quase R$ 30 bilhões nas despesas para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano, após revisar para baixo as receitas contabilizadas para 2019, esperando menos royalties de petróleo e uma arrecadação mais tímida em função da lenta retomada econômica.
O governo diminuiu a expansão projetada para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 2,2%, mas o mercado vem continuamente apontando um cenário pior. A última perspectiva dos economistas consultados no boletim Focus, compilado pelo Banco Central, é de um crescimento econômico de apenas 1,71%.
A meta de déficit primário neste ano é de R$ 139 bilhões para o governo central, mas membros da equipe econômica têm repetido que trabalharão para entregar um resultado melhor.
Para tanto, esperam contar com o ingresso extraordinário de recursos, como com o leilão de excedente da área petrolífera da cessão onerosa, para o qual já foi definido um bônus de assinatura de R$ 106,561 bilhões.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.