Brasil é país que mais gasta com Previdência na América Latina e Caribe, diz BID
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil é o país que mais gasta com Previdência, em termos relativos, na região da América Latina e Caribe, segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado hoje, que aponta que o país desembolsa sete vezes mais com a população mais velha que com os mais jovens.
Sem nenhuma reforma, as despesas com aposentadoria e saúde de idosos passariam a responder por 138% do Orçamento brasileiro em 2065, ante o patamar já alto de 40% em 2015, apontou o BID, ressaltando que esse salto inviabilizaria o equilíbrio fiscal.
Na média da América Latina e Caribe, esse patamar era de 35% em 2015, com projeção de chegar a 78% em 2065.
"Esse cenário implicará em uma redução dos recursos para outras prioridades, como o desenvolvimento de capital humano e infraestrutura, elementos essenciais para sustentar o crescimento econômico ao longo do tempo", disse o BID, sobre a acentuada pressão previdenciária sobre as contas brasileiras.
Os gastos com aposentadoria no Brasil chegaram em 2015 a 12,5% do PIB -- patamar mais alto da região -- e o BID estima que poderiam alcançar 50,1% do PIB em 2065, também em larga dianteira em relação aos vizinhos da América Latina e Caribe.
Presente no evento de divulgação do estudo, o secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou que a reforma da Previdência é a "reforma de todas as reformas", e que o Brasil será outro após sua aprovação.
Ele também afirmou que a reflexão sobre como melhorar a eficiência dos gastos públicos tem uma importância central na agenda do governo Jair Bolsonaro.
"Liberais não aumentam impostos. Portanto, temos que aumentar a eficiência numa forma de melhoria do bem estar social", disse.
Desperdícios
Nas contas do BID, o custo da ineficiência na gestão de compras governamentais, bem como uma "considerável" folha de pagamento no setor público e transferências que não chegam à população mais pobre como deveriam resultam em perdas de 3,9% do PIB por ano, ou cerca de US$ 68 bilhões, para o Brasil.
Para além da reforma da Previdência, o BID divulgou entre suas recomendações de políticas a adoção de regras fiscais que vão além da sustentabilidade fiscal para proteção de investimentos, com fixação de limites específicos de aumento dos gastos correntes para que o governo assegure alocação de recursos para gastos de capital.
Dentre outras medidas que podem ser tomadas, o BID também citou licitações mais competitivas e eficientes, com mínimo possível do uso de exceções, a redução das diferenças salariais para funcionários do setor público em relação aos do setor privado, e melhoria da arrecadação própria dos governos regionais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.