Criação de vagas de trabalho nos EUA aumenta, mas ganho salarial permanece fraco
WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos se recuperou com força em junho, mas ganhos salariais moderados e evidências crescentes de que a economia está desacelerando fortemente ainda podem encorajar o Federal Reserve a reduzir a taxa de juros este mês.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho, divulgado nesta sexta-feira, sugere que a forte desaceleração na criação de vagas de empregos em maio provavelmente foi uma casualidade. A falta de progresso concreto na resolução da acirrada guerra comercial entre EUA e China, no entanto, significa que o risco pode ser muito alto para o Federal Reserve não reduzir os custos dos empréstimos na sua reunião de política monetária de 30 e 31 de julho.
O banco central dos EUA sinalizou no mês passado que pode afrouxar a política monetária já neste mês, citando a baixa inflação, bem como os riscos crescentes para a economia de uma instensificação nas tensões comerciais entre EUA e China.
O presidente Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram na semana passada com uma trégua comercial e em retornar às negociações. Trump disse que não tem "pressa" em fechar um acordo e na quarta-feira acusou a China e a Europa de "jogar um grande jogo de manipulação de moeda e injetar dinheiro em seu sistema para competir com os EUA".
O mercado de trabalho norte-americano criou 224 mil novos postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, o maior número em cinco meses, disse o governo. A economia criou 11 mil empregos a menos em abril e maio do que o reportado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 160 mil vagas em junho.
Em média houve criação de 172 mil vagas por mês no primeiro semestre. A criação arrefeceu de uma média de 223 mil postos por mês em 2018. O ritmo, no entanto, permanece bem acima dos cerca de 100 mil empregos necessários para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.
A economia, que vem expandindo há um recorde de 10 anos, entrou em ritmo mais lento com a queda do impacto do estímulo dos cortes de impostos do ano passado e dos maiores gastos do governo. O Fed de Atlanta está prevendo que o Produto Interno Bruto aumente a uma taxa anualizada de 1,3% no trimestre de abril a junho. A economia cresceu a um ritmo de 3,1% no primeiro trimestre.
A tendência no crescimento salarial desacelerou em relação ao final do ano passado, quando os salários subiram ao ritmo mais rápido em uma década, apontando para uma inflação moderada. Os ganhos médios por hora aumentaram seis centavos ou 0,2% em junho, depois de ganharem 0,3% em maio. Isso manteve o aumento anual dos salários em 3,1% pelo segundo mês consecutivo.
A taxa de desemprego aumentou 0,1 ponto percentual, para 3,7%, com as pessoas entrando no mercado de trabalho. Parte da queda recente na taxa de desemprego aconteceu pela saída de pessoas do mercado de trabalho. Uma medida mais ampla do desemprego, que inclui pessoas que querem trabalhar mas desistiram de buscar e as que trabalham meio período porque não conseguem encontrar emprego em tempo integral, subiu de 7,1% em maio para 7,2% em junho.
O crescimento do emprego diminuiu em parte porque os empregadores têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados. Existem cerca de 7,4 milhões de vagas de emprego disponíveis.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.