BRF diz ser 'complexo' testar produtos para covid-19, mas garante segurança
A testagem de produtos para aferir uma potencial contaminação por coronavírus, como quer a China, é um processo "extremamente complexo", disseram hoje executivos da BRF, acrescentando que a empresa perdeu negócios de exportação no segundo trimestre em meio à pandemia.
Os executivos afirmaram que, apesar das dificuldades logísticas para testar as cargas de alimentos, a empresa pode garantir que seus produtos são seguros para o consumo, uma vez que são produzidos em fábricas "higienizadas".
Após surtos de covid-19, incluindo em uma fábrica de produtos de carne suína na cidade de Lajeado e em uma de carne de frango em Dourados, a China barrou exportações das duas instalações da BRF.
Os comentários ocorreram em meio à notícia de que o governo da cidade chinesa de Shenzhen identificou hoje uma fábrica da brasileira Aurora Alimentos como origem de asas de frango que testaram positivo para o novo coronavírus.
O governo de Shenzhen identificou a unidade por seu número de registro em uma publicação em seu site oficial, que aponta para uma planta da Aurora em Santa Catarina.
A Aurora afirmou em comunicado que até agora não houve qualquer notificação oficial por parte das autoridades chinesas e que a cooperativa aguardará manifestação de autoridades competentes, reafirmando a qualidade e a segurança de seus processos produtivos.
Executivos da BRF disseram que a empresa gastou milhões para controlar e prevenir a disseminação do vírus, confirmando que maiores despesas relacionadas à covid-19 pesaram em seu desempenho financeiro do segundo trimestre.
Os executivos também disseram que não há funcionários da empresa que testaram positivo para covid-19 atualmente trabalhando em suas fábricas.
"Sem dúvida existem casos de covid em frigoríficos", disse o presidente-executivo da BRF, Lorival Luz, em conversa com jornalistas. Ele não comentou se algum funcionário da BRF morreu da doença, mas afirmou que qualquer pessoa que teste positivo é imediatamente afastada do trabalho nas fábricas da empresa.
Ontem, a BRF informou que teve que afastar preventivamente, com remuneração, cerca de 8.200 funcionários após o início da pandemia. A empresa contratou cerca de 6.700 trabalhadores temporários para substituir aqueles em grupos de risco, enquanto também afastou outros funcionários potencialmente infectados após fazer uma busca ativa de casos.
As ações da companhia encerraram o dia em queda de cerca de 8%, enquanto o Ibovespa mostrou variação negativa de 1,6%.
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