BTG, Bradesco e Santander estão entre bancos mais expostos à dívida das Americanas
BTG Pactual, Bradesco e Santander Brasil estão entre os mais expostos à dívida da Americanas, mostraram estimativas de analistas nesta segunda-feira, depois que a varejista obteve uma liminar protegendo-a dos credores.
Analistas do JPMorgan e do Citi disseram que o Bradesco tinham a maior exposição nominal à empresa, enquanto o BTG Pactual liderava a exposição como proporção dos empréstimos.
A Americanas revelou na semana passada que detectou R$ 20 bilhões em "inconsistências contábeis". Seu presidente- executivo e diretor financeiro renunciaram. As ações da varejista caíram quase 80% até agora este ano.
Um juiz deu prazo de 30 dias para que a empresa peça recuperação judicial. No sábado, o BTG recorreu da decisão que protege a Americanas dos credores, atacando os acionistas da varejista, um trio de bilionários e fundadores da 3G Capital.
Nesta segunda-feira, Bank of America e BV também recorreram da decisão, segundo o jornal O Globo. Nenhum dos bancos respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Considerando estimativas do JPMorgan e do Citi, o BTG tinha exposição de R$ 1,9 bilhão à Americanas, enquanto o Bradesco tinha exposição de R$ 4,7 bilhões. O Santander Brasil tinha R$ 3,7 bilhões.
"Achamos que o impacto de nossa cobertura pode variar de 1% a 7% no lucro líquido e de 0,1% a 1% em termos de patrimônio", disse o Citi, observando que Santander Brasil, BTG e Bradesco seriam os mais afetados em ambas as contas.
Sergio Rial, o ex-presidente-executivo da Americanas que revelou as inconsistências contábeis, é ex-chefe do Santander Brasil, onde ainda atua como presidente do conselho.
"Com base em casos corporativos anteriores no Brasil, acreditamos que os bancos devem começar a provisionar cerca de 30% disso, o que pode eventualmente aumentar", disse o JPMorgan.
As ações do BTG caíram mais de 4% na segunda-feira, enquanto as do Santander Brasil e do Bradesco caíram mais de 3% cada, ante queda de 1,5% do Ibovespa.
As ações da Americanas despencaram 38,4%, para 1,94 real, nesta segunda-feira.
A Moody's cortou a classificação da varejista para "Caa3", colocando-a sob revisão para um novo rebaixamento.
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