IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Fitch rebaixa nota da Venezuela de "CCC" para "CC"

30/08/2017 18h14

A agência de classificação de risco de crédito Fitch rebaixou, nesta quarta-feira (30), a nota de emissor soberano de longo prazo da Venezuela de "CCC" para "CC". A instituição reafirmou a nota de emissor de curto prazo em "C".


Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete a visão de que um "default" pela Venezuela é provável devido à redução das opções de financiamento futuro para o governo venezuelano, após a imposição de sanções adicionais pelos EUA em 25 de agosto.


As sanções abrangem a proibição de pessoas e entidades americanas ou baseadas nos EUA de efetuar uma série de transações financeiras com o governo do país sul-americano e a petroleira estatal PDVSA. As restrições incluem qualquer negociação de novas dívidas, bem como operações com bônus específicos já existentes de propriedade do setor público da Venezuela, além de pagamentos de dividendos para o governo do país.


A liquidez externa venezuelana já estava enfraquecida antes das sanções com uma taxa de liquidez de apenas 33% (que inclui as reservas internacionais do banco central, mais a liquidez de ativos internacionais do sistema bancário relativa a dívida emitida no exterior com maturidade residual de menos de um ano).


As reservas internacionais caíram ainda mais em 2017, em cerca de US$ 1,2 bilhão no ano até agosto, deixando o país com apenas US$ 9,8 bilhões disponíveis.


O serviço da dívida venezuelana vai enfrentar US$ 3,7 bilhões em amortizações externas em 2018 (US$ 2 bilhões em amortizações de bônus). A Fitch pondera que o financiamento exterior necessário para o próximo ano vai permanecer alto dentro de um quadro de déficit em conta corrente e necessidade de amortizações.


A Fitch chama a atenção para a deterioração do ambiente político interno e das relações com vários países após a eleição da Assembleia Constituinte.


O resultado do processo eleitoral de 30 de junho, combinado às sanções americanas, vai, provavelmente, aprofundar as incertezas políticas e agravar a crise econômica. Tal cenário, continua a agência, vai acirrar ainda mais a polarização política e as agitações sociais.


De acordo com a Fitch, a estimativa é que a economia da Venezuela recue pelo quarto ano consecutivo em 2017, com uma contração de 5,5%. Isso após já ter caído 18,6% em 2016.