Kam Air, Neos, SAS, Wingo, Titan: pandemia traz aéreas inusitadas ao Brasil
A pandemia do novo coronavírus fez com que companhias aéreas do mundo inteiro cancelassem a grande maioria de seus voos. Com consequência, muitos passageiros ficaram sem ter como retornar para seus países de origem, exigindo um grande esforço mundial de repatriação. Sem os voos regulares, governos passaram a fretar aviões para essas missões especiais.
Essa operação fez com que o Brasil recebesse, nos últimos dois meses, diversos voos inéditos —muitos de companhias aéreas que nunca haviam voado para o país. São desde companhias aéreas de países da América do Sul até companhias da Rússia, Indonésia, Afeganistão e Arábia Saudita.
Muitos dos voos serviram para trazer brasileiros que estavam nesses países quando estourou a crise do novo coronavírus e não conseguiram retornar ao país. Alguns voos também tiveram a missão contrária, de vir buscar estrangeiros que ficaram retidos no Brasil sem ter condição de retornar aos seus países.
Aérea mais perigosa do mundo no Brasil
Com a redução de voos em todo o mundo, foi necessário também fretar aviões para o transporte de carga, especialmente de equipamentos médicos produzidos na China. Em uma dessas missões, o Brasil recebeu voos da companhia aérea considerada a mais perigosa do mundo.
A Kam Air, do Afeganistão, recebeu esse título de consultorias independentes por seu histórico de problemas de operação, apesar de ter tido um único acidente em 16 anos de operação. Proibida de voar no espaço aéreo europeu, a empresa fez voos para Cabo Frio (RJ) e Campinas (SP) para o transporte de carga vinda da China.
Voos cargueiros também chamaram atenção em outras cidades do país. Em Florianópolis (SC), por exemplo, foi apenas a segunda vez que o aeroporto recebeu um Boeing 747, o famoso jumbo.
Veja companhias aéreas que voaram ao Brasil por causa da pandemia:
21-Air (Estados Unidos): Desde o dia 17 de maio, a companhia aérea de cargas já fez mais de dez voos para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), vindos de Miami (EUA), Toronto (Canadá) e Calgary (Canadá).
Aer Caribe (Colômbia): Focada no transporte de carga, a empresa fez um voo no dia 31 de maio de Bogotá (Colômbia) para Manaus (AM) e depois para Guarulhos (SP), retornando no mesmo dia para Bogotá.
Aero Regional (Equador): O voo com o Boeing 737-500 partiu de Quito (Equador) com destino a São Paulo no início de maio para repatriação de brasileiros. O voo foi organizado pela Embaixada do Brasil no Equador e custou US$ 600 por passageiro.
Azur Air (Rússia): A companhia aérea russa esteve no Brasil pela primeira vez em missão de repatriação para buscar cidadãos russos que estavam no país.
Eastern Airlines (Estados Unidos): A icônica Eastern Airlines (que tenta ser relançada) fez pelo menos dois voos para o Brasil. Em um deles, trouxe brasileiros que haviam ficado presos em um navio de cruzeiro na costa da Califórnia.
Evelop (Espanha): A aérea especializada em voos de fretamento já havia operado no Brasil, especialmente no Nordeste. Durante a pandemia, a empresa fez dois voos para São Paulo com missão de repatriação.
Garuda (Indonésia): Foi a primeira vez que a companhia aérea operou um voo comercial no Brasil. A empresa já havia voado para o país em missões oficiais. O voo de repatriação de brasileiros decolou no dia 21 de abril de Jacarta (Indonésia), passou por Hanói (Vietnã), Bangcoc (Tailândia), Medan (Indonésia) e Amsterdã (Holanda), antes de chegar a Guarulhos (SP), no dia 22 de abril.
Kalitta Air (Estados Unidos): A aérea de carga tem realizado diversos voos entre os Estados Unidos e o aeroporto de Viracopos (SP) para o transporte de cargas.
Kam Air (Afeganistão): considerada a companhia aérea mais perigosa do mundo, a Kam Air fez voos para Cabo Frio (RJ) e Campinas (SP). A empresa trouxe equipamentos médicos da Ásia para o Brasil. Os voos fizeram escala na África.
Neos (Itália): Especializado em voos de fretamento para turismo, a companhia aérea já esteve no Brasil algumas vezes, mas foi a primeira vez que pousou em São Paulo. O voo de Milão (Itália) para São Paulo teve como objetivo buscar cidadãos italianos que estavam no país.
SAS (Escandinávia): A empresa não operava no Brasil há muitos anos e voltou com um Airbus A350-900 para buscar cidadãos da Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. O avião pousou em Natal (RN) e no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Saudia Airlines (Arábia Saudita): A companhia aérea fez um voo de repatriação de brasileiros entre Jeddah (Arábia Saudita) e Brasília (DF). O Boeing 777-300 ER tinha capacidade para até 290 passageiros e ficou apenas quatro horas em solo brasileiro, antes de retornar à Arábia Saudita.
Swift Air (Estados Unidos): A companhia aérea realizou diversos voos neste ano no país para repatriação tanto de brasileiros, como de argentinos e equatorianos. Os aviões da empresa pousaram em São Paulo, Manaus (AM), Belém (PA) e Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Terra Avia (Moldavia): O Boeing 747-400F foi o segundo jumbo da história a pousar no aeroporto de Florianópolis (SC). O avião saiu de Hangzhou (China) na última quarta-feira (10), passou por Baku (Azerbaijão), Dakar (Senegal) e chegou a Florianópolis na última quinta-feira (11).
Titan Airways (Reino Unido): A empresa voou para Recife (PE) com um Airbus A318 em versão executiva, com capacidade para apenas 32 passageiros. O avião já havia estado no país em 2018 com o cantor Roger Waters.
Viva Air (Colômbia): fez pelo menos dois voos de repatriação do Peru para o aeroporto internacional de Guarulhos com aviões Airbus A320.
Wamos (Espanha): A área espanhola fez um voo de repatriação no dia 1º de junho para trazer brasileiros que estavam no Caribe. O voo decolou de Bridgetown (Barbados) para Guarulhos e, depois, seguiu para Montevidéu (Uruguai).
Wingo (Colômbia): Em parceria com a Copa Airlines, a aérea colombiana fez voos de repatriação de brasileiros que estavam na América Central e Caribe.
World Atlantic (Estados Unidos): Os voos da companhia aérea não foram causados pela pandemia do novo coronavírus, mas sim com a missão de trazer brasileiros deportados dos Estados Unidos. A operação da empresa chamou atenção por ter sido feita com aviões do modelo MD-83.
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