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Como contornar os ruídos gerenciais entre os sócios

Marco Roza

Colunista do UOL

26/08/2015 06h00

Há um certo preconceito popular contra sócios no comando de empresas. Ele talvez tenha surgido das dificuldades que pequenas empresas tiveram no passado para absorver parceiros, que entravam de “sócio no negócio” sem clareza do que se esperava deles, a não ser as contribuições iniciais ou permanentes para manter o empreendimento.

Mesmo na nossa atual modernidade, ainda acontecem uma série de desentendimentos entre sócios, que muitas vezes são fatais para a empresa.

E todos eles começam com pequenos ruídos gerenciais, que se transformam em pequenos sapos engolidos parte a parte, com o risco, sempre crescente, de contaminar as estratégias que até então eram acertadas, prejudicar relacionamentos com investidores ou com novos clientes.

Não existe, claro, uma receita mágica para harmonizar o relacionamento entre sócios. Mas, se prestarmos atenção aos ruídos iniciais, acredito que poderíamos tentar, com algum sucesso, contorná-los, antes que virem sapos impossíveis de serem deglutidos. Ou que mesmo ao serem assimilados, contaminem o relacionamento entre as partes definitivamente.

Eis alguns indicadores para sua avaliação e, se for o caso, de seu sócio ou sócia:

1. Elimine na origem os pequenos desentendimentos

As árvores frondosas crescem de pequenas mudas, que necessitam dos ambientes adequados para atingirem a maturidade e o tamanho que nos impressionam. Um pequenino desentendimento só se passará a incomodar se estiver vinculado a um ambiente que o ajude a proliferar. Por isso, é adequado reservar algum tempo para realizar uma autópsia dos problemas assim que eles surjam.

2. Estabeleça e ajuste-se às hierarquias de decisão

Quando estabelecer a sociedade ou se começar a surgir muitos ruídos, tente deixar claro as respectivas competências e responsabilidades finais. E delegar uns para os outros, a decisão final em caso de “empate técnico”. E confiar nessa decisão, para conseguir também apoio na hora que você também tiver que desempatar uma situação.

3. Cada sócio é absolutamente honesto

Vigie-se para não deixar que a desconfiança ou sua própria insegurança seja traduzida em críticas relacionadas com valores monetários. Desconfiar monetariamente um do outro é um dos principais adubos para transformar um pequenino problema num enorme sapo, com enormes chances de comprometer todo o projeto.