Dono de empório chique em SP incentiva produção de frutas secas no Nordeste
Ao ensinar produtores do Nordeste a desidratar frutas, o empresário Leonardo Chiappetta, dono de um empório centenário em São Paulo, viu nas aulas a chance de ampliar o cardápio de produtos de suas lojas e de ajudar agricultores a ter alternativas para o excedente da safra.
“Fixar o agricultor no campo e dar opções de aproveitamento de frutas, evitando o desperdício, são os principais propósitos”, diz. Com a desidratação, os produtores reduzem perdas e aumentam a durabilidade da mercadoria, que, assim, pode ser vendida a clientes mais distantes.
Uma das palestras, realizada no Piauí a convite do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), rendeu uma parceria entre uma empresa local, a Lili Doces, e o Empório Chiappetta, negócio do empresário.
“Surgiu o interesse em ter frutas desidratadas diferentes para vender no mercado paulista. Hoje eles são nossos clientes”, afirma Henrique Lopes, proprietário da Lili Doces, que já produz frutas há 20 anos.
O Empório Chiappetta tem duas unidades em São Paulo, e vende frutas secas, azeitonas, bacalhau, entre outros produtos, desde 1908. O empresário, que herdou o negócio do avô, é engenheiro de alimentos e especialista em desidratação de frutas.
A especialidade do produtor Lopes é o caju, cultivado por ele em mais de 100 hectares. Outras frutas, como jaca, banana, abacaxi, caju, bacuri, buriti e goiaba, ocupam 30 hectares de sua propriedade.
Depois de assistir às palestras e oficinas sobre desidratação de frutas, em 2011, ele comprou uma máquina para fazer o processo. Hoje, já são seis equipamentos; cada um custou cerca de R$ 15 mil.
O investimento já foi pago com a venda de frutas secas, de acordo com ele, e o faturamento da empresa aumentou em 10%. Ele afirma que a produção está em torno de 300 kg por mês.
“Começamos usando frutas excedentes da safra, mas deu tão certo que agora separamos com antecedência parte da colheita para desidratar”, diz. A outra parte serve para fazer doces e sucos que são vendidos numa loja mantida no município de Ipiranga do Piauí.
Segundo Lopes, as frutas que mais vendem são banana, manga e abacaxi. O preço do quilo ao consumidor varia de R$ 18 (banana) a R$ 35 (como manga e buriti); no Empório Chiappetta, entre as frutas secas mais caras está o morango, que custa R$ 60 o quilo.
O Sebrae vem realizando cursos sobre desidratação de frutas para pequenos agricultores do Nordeste há oito anos. Chiappetta, além de dar palestras, atua como consultor do programa.
O empresário compra frutas desidratadas do Piauí e de Alagoas, onde já deu palestras, e também de São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Rio Grande do Sul. De acordo com ele, sua empresa vende entre 500 kg e uma tonelada dessas frutas por mês.
Fruta seca deve ser consumida com moderação, diz nutricionista
Opções práticas e fáceis de carregar na bolsa ou mochila, as frutas desidratadas ou secas são apreciadas por quem está em dieta ou quer fazer um lanche saudável entre as refeições. Porém, é preciso controlar a quantidade consumida.
”Essas frutas apresentam alta concentração de carboidratos e têm mais açúcar, pois perdem água; também pode perder um pouco de vitaminas C e do complexo B no processo, mas tem mais fibras”, afirma Roseli Rossi, nutricionista da clínica Equilíbrio Nutricional (SP).
Como comparação, ela informa que 100 gramas de uva fresca, por exemplo, têm 49 calorias, enquanto que a mesma quantidade da uva-passa tem 330 calorias, em média.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.