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Dono de empório chique em SP incentiva produção de frutas secas no Nordeste

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

24/01/2014 06h00

Ao ensinar produtores do Nordeste a desidratar frutas, o empresário Leonardo Chiappetta, dono de um empório centenário em São Paulo, viu nas aulas a chance de ampliar o cardápio de produtos de suas lojas e de ajudar agricultores a ter alternativas para o excedente da safra.

“Fixar o agricultor no campo e dar opções de aproveitamento de frutas, evitando o desperdício, são os principais propósitos”, diz. Com a desidratação, os produtores reduzem perdas e aumentam a durabilidade da mercadoria, que, assim, pode ser vendida a clientes mais distantes.

Uma das palestras, realizada no Piauí a convite do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), rendeu uma parceria entre uma empresa local, a Lili Doces, e o Empório Chiappetta, negócio do empresário.

“Surgiu o interesse em ter frutas desidratadas diferentes para vender no mercado paulista. Hoje eles são nossos clientes”, afirma Henrique Lopes, proprietário da Lili Doces, que já produz frutas há 20 anos.

O Empório Chiappetta tem duas unidades em São Paulo, e vende frutas secas, azeitonas, bacalhau, entre outros produtos, desde 1908. O empresário, que herdou o negócio do avô, é engenheiro de alimentos e especialista em desidratação de frutas.

A especialidade do produtor Lopes é o caju, cultivado por ele em mais de 100 hectares. Outras frutas, como jaca, banana, abacaxi, caju, bacuri, buriti e goiaba, ocupam 30 hectares de sua propriedade.

Depois de assistir às palestras e oficinas sobre desidratação de frutas, em 2011, ele comprou uma máquina para fazer o processo. Hoje, já são seis equipamentos; cada um custou cerca de R$ 15 mil.

O investimento já foi pago com a venda de frutas secas, de acordo com ele, e o faturamento da empresa aumentou em 10%. Ele afirma que a produção está em torno de 300 kg por mês.

“Começamos usando frutas excedentes da safra, mas deu tão certo que agora separamos com antecedência parte da colheita para desidratar”, diz. A outra parte serve para fazer doces e sucos que são vendidos numa loja mantida no município de Ipiranga do Piauí.

Segundo Lopes, as frutas que mais vendem são banana, manga e abacaxi. O preço do quilo ao consumidor varia de R$ 18 (banana) a R$ 35 (como manga e buriti); no Empório Chiappetta, entre as frutas secas mais caras está o morango, que custa R$ 60 o quilo.

O Sebrae vem realizando cursos sobre desidratação de frutas para pequenos agricultores do Nordeste há oito anos. Chiappetta, além de dar palestras, atua como consultor do programa.

O empresário compra frutas desidratadas do Piauí e de Alagoas, onde já deu palestras, e também de São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Rio Grande do Sul. De acordo com ele, sua empresa vende entre 500 kg e uma tonelada dessas frutas por mês.

Fruta seca deve ser consumida com moderação, diz nutricionista

Opções práticas e fáceis de carregar na bolsa ou mochila, as frutas desidratadas ou secas são apreciadas por quem está em dieta ou quer fazer um lanche saudável entre as refeições. Porém, é preciso controlar a quantidade consumida.

”Essas frutas apresentam alta concentração de carboidratos e têm mais açúcar, pois perdem água; também pode perder um pouco de vitaminas C e do complexo B no processo, mas tem mais fibras”, afirma Roseli Rossi, nutricionista da clínica Equilíbrio Nutricional (SP).

Como comparação, ela informa que 100 gramas de uva fresca, por exemplo, têm 49 calorias, enquanto que a mesma quantidade da uva-passa tem 330 calorias, em média.