Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Todos a Bordo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Breguinha, Juízo Final e Pata-Choca: apelidos curiosos de aviões famosos

B-29 apelidado de Enola Gay, que passou por adaptações para lançar bombas atômicas - Divulgação/Departamento de Defesa dos Estados Unidos
B-29 apelidado de Enola Gay, que passou por adaptações para lançar bombas atômicas Imagem: Divulgação/Departamento de Defesa dos Estados Unidos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/08/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Alguns aviões recebem nomes de batismo de seus fabricantes, muitas vezes, para enaltecer as suas qualidades ou se destacar no mercado. É o caso do Airbus Beluga, que leva esse nome por se parecer com um tipo de baleia, ou os modelos Piper Apache e Asteca (Aztec), em referência às civilizações indígenas.

Mas, às vezes, algumas características particulares fazem um avião, ou família de aeronaves, ser apelidado pela comunidade aeronáutica de maneira mais engraçada ou para fazer uma homenagem.

Veja abaixo alguns aviões famosos e a história por trás de seus apelidos.

Sucatão

Sucatão - Divulgação/Força Aérea Brasileira - Divulgação/Força Aérea Brasileira
Sucatão: Boeing 707 de designação KC-137 VC-2401 na FAB, usado para o transporte presidencial
Imagem: Divulgação/Força Aérea Brasileira

O Sucatão talvez seja o apelido mais maldoso da lista. É assim que é chamado o Boeing 707 (ou KC-137, na designação da Aeronáutica) que servia como meio de transporte aéreo dos presidentes brasileiros entre a década de 1980 e início dos anos 2000.

O apelido foi dado devido à idade da aeronave, que foi fabricada em 1968. Ela veio ao Brasil em uma aquisição feita pela Varig, na década de 1980, mas, pouco tempo depois, foi comprada pelo governo federal e adaptada para o transporte presidencial.

Esse foi o principal meio de transporte aéreo dos presidentes até a compra do Airbus VC1A, um Airbus A-319 batizado de Santos-Dumont e apelidado de Aerolula (por ter sido comprado na gestão do petista).

Os irmãos menores do Sucatão, dois Boeings 737-200 de transporte oficial, eram batizados de Sucatinha, e hoje se encontram em exposição em uma empresa em Foz do Iguaçu (PR) e no Musal (Museu Aeroespacial), no Rio de Janeiro.

Breguinha

Breguinha - Vito Cedrini/Airlines Net - Vito Cedrini/Airlines Net
Boeing 737-200 da Varig, modelo que foi apelidado de Breguinha no Brasil
Imagem: Vito Cedrini/Airlines Net

No final da década de 1980 no Brasil, os Boeings 737-200 passaram a ser substituídos pelos 737-300, mais modernos e econômicos. Ambos eram apelidados de Brega e Chique, respectivamente, devido à novela "Brega & Chique", que foi exibida pela Globo.

Com o passar dos anos, o Brega acabou virando Breguinha, maneira carinhosa como muitos se referem ao modelo que voou durante décadas no país.

Enola Gay

Enola Gay - Divulgação/Força Aérea dos Estados Unidos - Divulgação/Força Aérea dos Estados Unidos
Bombardeiro B-29, apelidado de Enola Gay, que jogou a primeira bomba atômica sobre o Japão em 1945
Imagem: Divulgação/Força Aérea dos Estados Unidos

O Enola Gay é o avião que lançou a primeira bomba atômica sobre o Japão, no dia 6 de agosto de 1945, em Hiroshima. Esse bombardeiro B-29, fabricado pela Boeing, leva esse nome em homenagem à mãe do piloto daquele episódio, Paul Warfield Tibbets Jr.

O nome teria sido pintado logo abaixo da janela da cabine de comando horas antes do voo de lançamento. Hoje ele está em exposição no Museu Nacional do Ar e Espaço, nos EUA, e sua exibição pública é alvo de polêmicas em decorrência da quantidade de mortes que sua ação causou.

Outro B-29, batizado de Bockscar, foi o responsável por jogar a segunda bomba sobre o Japão naquele ano, no dia 9 de agosto em Nagasaki.

Avião do Juízo Final

Juízo Final - Sgt. Adrian Cadiz/15.abr.2016/Departamento de Defesa dos Estados Unidos - Sgt. Adrian Cadiz/15.abr.2016/Departamento de Defesa dos Estados Unidos
Avião E-4B Nightwatch, usado como centro de comando aéreo dos EUA em caso de guerra nuclear
Imagem: Sgt. Adrian Cadiz/15.abr.2016/Departamento de Defesa dos Estados Unidos

O apelido de avião do Juízo Final é dado ao E-4B Nightwatch, nos EUA, e ao Il-80 Maxdome, na Rússia. Ambas são versões de aviões civis de grande porte que foram militarizadas e conseguem resistir a pulsos eletromagnéticos e ondas de choque.

Ambos servem como centros de comando aéreo e de comunicação, utilizados pelos governos dos dois países em caso de alguma guerra nuclear ou outras catástrofes -daí o seu apelido.

Eles não devem ser confundidos com as aeronaves presidenciais, como o Força Aérea Um, que transporta o presidente dos EUA. Eles podem voar por vários dias sem precisar pousar e cada um tem capacidade para comandar o país e coordenar uma guerra lá de cima.

Concordski

Concordski - Divulgação/Tupolev - Divulgação/Tupolev
Avião russo Tupolev TU-144, apelidado de Concordski, devido à sua semelhança com o Concorde
Imagem: Divulgação/Tupolev

O avião soviético Tupolev TU-144 foi o avião comercial mais rápido do mundo. Ele chegava a 2.500 km/h (2,35 vezes a velocidade do som), mais do que o seu irmão europeu, o Concorde, que voava a cerca de 2.160 km/h (duas vezes a velocidade do som).

Seu apelido de Concordski é justamente uma ironia pela semelhança com o Concorde. Sua vida útil foi curta: voou por volta de apenas sete meses, entre 1977 e 1978, como avião de passageiros.

Pata-choca

Catalina - Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira - Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira
Avião anfíbio Consolidated PBY Catalina, que está em exposição no Memorial da FAB na Amazônia
Imagem: Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira

O PBY Catalina, um hidroavião bimotor da época da Segunda Guerra Mundial, foi apelidado de pata-choca. Esse é o nome dado a veículos pesados, como esse avião, que tinha uma velocidade de cruzeiro de aproximadamente 200 km/h, que é baixa em comparação com outros modelos.

No Brasil, ele foi operado pela FAB (Força Aérea Brasileira) até o início da década de 1980, e era utilizado para voar em meio à floresta amazônica, já que conseguia pousar nos rios.