OGX, de Eike, suspende projetos, e ações desabam na Bolsa; acompanhe
A ação da OGX (OGXP3), petrolífera do empresário Eike Batista, desabava na Bolsa nesta segunda-feira (1º). Por volta das 15h35, o papel despencava 25,32%, a R$ 0,59, depois de ter chegado a cair mais de 39% pela manhã.
A ação era a principal influência de baixa para o Ibovespa, principal índice da Bolsa, que tinha queda de 0,56%.
Mais cedo, a petroleira anunciou que pretende suspender o desenvolvimento de três campos de petróleo e interrompeu a construção de cinco plataformas. A empresa também informou que não investirá no aumento da produção dos poços do campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, onde a extração pode parar no ano que vem.
As sucessivas frustrações com o nível de produção da OGX e a queima de caixa pela petroleira têm motivado forte queda das ações da empresa, contagiando os papéis de outras companhias de Eike listadas na Bovespa. Com o preço da ação cotado abaixo de R$ 1, as oscilações na Bolsa ficam mais intensas, e diferenças de centavos causam grandes variações percentuais.
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"Essa notícia é bem negativa", disse o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Futura Corretora em São Paulo. "Aquele cenário que já era difícil para a OGX no ano que vem, acaba ficando ainda mais crítico", avaliou, lembrando temores do mercado sobre a situação de caixa da petrolífera.
Outras ações do grupo EBX, de Eike, completavam a lista de piores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira. A companhia de logística LLX (LLXL3) perdia mais de 9%, e a mineradora MMX (MMXM3) caía 8%.
Diante da mudança nos planos da OGX, a companhia informou que decidiu cancelar algumas compras da OSX (OSXB3), empresa de construção naval que também pertence ao grupo EBX. A ação, que não faz parte do Ibovespa, perdia 3,57%.
Ações de Eike enfrentam crise no mercado
As seis empresas do bilionário listadas em Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) enfrentam uma séria crise no mercado, com o receio de investidores. As ações das empresas têm grandes oscilações cada vez que um novo boato ganha repercussão.
O valor de mercado das empresas de Eike teve uma queda de R$ 109 bilhões, do melhor momento das empresas na Bolsa de Valores até a cotação do fechamento da última quinta-feira (27), segundo levantamento do jornal "Valor Econômico".
Eike pode perder controle de grupo de empresas
Com o império em crise, o bilionário Eike Batista pode perder o controle do grupo EBX. Em uma reportagem especial sobre as perdas das empresas do brasileiro nos últimos meses, o jornal norte-americano "The New York Times" afirma que, com o aumento das dívidas do grupo, os principais credores (grandes bancos) "poderiam levá-lo a uma reestruturação que poderia lhe custar o controle das companhias".
Ainda de acordo com o "NYT", as dificuldades do bilionário refletem o momento atual da economia brasileira, com a reversão de expectativas dos investidores internacionais. (Clique aqui e leia o texto na íntegra)
Mais rico do mundo
Em maio de 2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015 -mas o sonho tem ficado cada vez mais distante.
De lá para cá, suas empresas deixaram de cumprir cronogramas e de atingir metas, as ações das empresas do grupo EBX vêm perdendo valor na Bolsa e, consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.
(Com Reuters)
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