Dólar sobe 1,34% e atinge R$ 2,778, maior valor desde dezembro de 2004
O dólar comercial fechou em alta de 1,34% nesta sexta-feira (6), cotado a R$ 2,778 na venda. É o maior valor de fechamento desde 9 de dezembro de 2004, quando a moeda valia R$ 2,781.
Com isso, o dólar encerra a semana com valorização de 3,3%, mesma variação que acumula no mês. No ano, a moeda tem ganho acumulado de 4,49%.
Na véspera, o dólar havia fechado praticamente estável.
Mercado avalia mudanças na Petrobras e no BC
No contexto brasileiro, o mercado avaliava a notícia de que o Conselho da Petrobras (PETR4) elegeu o então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para o cargo de presidente-executivo da petroleira.
"O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma. O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão, e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos", disse à agência de notícias Reuters o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira.
A alta do dólar também foi impulsionada pela apreensão dos investidores com as mudanças na diretoria do Banco Central. Na avaliação de alguns analistas, a nova diretoria sinaliza uma política econômica menos conservadora no futuro.
O BC anunciou na véspera que Luiz Awazu substituirá Carlos Hamilton Araújo, de perfil mais conservador, na diretoria de Política Econômica, que naturalmente tem forte influência sobre a condução da política econômica. Awazu acumulava as diretorias de Assuntos Internacionais e de Regulação.
"A impressão é que o BC vai ter uma composição menos rígida, mais tolerante", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, à Reuters.
Possível alta de juros nos Estados Unidos
Investidores também estavam pessimistas com a divulgação de números fortes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Com uma economia mais forte, os juros podem subir nos EUA e isso atrairia para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil
Atuação do BC no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta. Foram vendidos 2.000 contratos de swap cambial tradicional: 1.000 com vencimento em 1º de dezembro deste ano e os outros 1.000 para 1º de fevereiro do ano que vem.
O BC realiza leilões diários de contratos de swap cambial. Isso equivale a vender dólares no futuro. Os investidores, em vez de comprarem dólares agora, ficam com um papel, que garante um preço predeterminado mais para a frente. Com a compra de papel no lugar do dólar, a moeda tem menos procura agora e tende a cair de valor.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 2 de março. Foram vendidos 13 mil swaps: 4.100 com vencimento em 1º de abril de 2016 e os outros 8.900 para 1º de junho de 2016.
A operação movimentou o equivalente a US$ 629,5 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 3,158 bilhões, ou cerca de 30% do lote total, correspondente a US$ 10,438 bilhões.
(Com Reuters)
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