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Bolsa fecha quase estável, após 5 quedas; BB cai 5% com medidas do governo

Do UOL, em São Paulo

24/05/2016 17h28

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (24) quase estável, com leve alta de 0,03%, a 49.345,19 pontos, após cinco quedas seguidas.

Na véspera, a Bovespa havia caído 0,79%. No mês, a Bolsa acumula perda de 8,47%, mas, no ano, ainda tem alta acumulada de 13,83%.

As ações da empresa de química e petroquímica Braskem foram o destaque positivo da sessão. Os papéis da Petrobras também subiram.

O principal índice da Bovespa, que chegou a operar em alta de mais de 1% pela manhã, perdeu o fôlego nesta tarde, puxado particularmente pela baixa de mais de 5% das ações do Banco do Brasil, após declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre o fim do Fundo Soberano.

Braskem e Petrobras

A maior alta do Ibovespa nessa terça foi da petroquímica Braskem (BRKM5), que saltou 4,23%, a R$ 20,68. 

Os papéis da Petrobras também subiram. As ações preferenciais (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, subiram 0,35%, a R$ 8,53.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, avançaram 0,45%, a R$ 11,09. 

Os papéis da empresa foram influenciados pela alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

BB e Itaú caem; Bradesco sobe

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) perderam 5,33%, a R$ 15,98. Foi a maior queda do Ibovespa no dia.

As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 0,1%, a R$ 30,15. Já as ações do Bradesco (BBDC4) avançaram 0,29%, a R$ 24,52.

Vale fecha em queda

As ações ordinárias da Vale (VALE3) perderam 2,91%, a R$ 14,02, e as ações preferenciais da Vale (VALE5) se desvalorizaram 1,30%, a R$ 11,35.

Os papéis da companhia foram influenciados por nova queda nos preços do minério de ferro à vista na China.

Anúncio de medidas

Pela manhã, o presidente interino, Michel Temer, anunciou medidas do governo para tentar melhorar as contas públicas e estimular a economia. Ele sugeriu enviar uma emenda à Constituição para limitar os gastos públicos e acabar com o Fundo Soberano, espécie de poupança criada em 2008 para usar em períodos de crise.

Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, "a decisão é imediata". Como acabar com o fundo envolve vender ações do Banco do Brasil, ele disse que "o processo será cuidadosamente avaliado para não haver variação muito grande nos preços" das ações. Logo após o anúncio, as ações do banco chegaram a cair até 4,5%.

Outras medidas apresentadas foram o pagamento antecipado de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a União e a discussão sobre a Petrobras ter, obrigatoriamente, que participar da exploração de petróleo no pré-sal.

Por outro lado, preocupa o mercado a dificuldade que o governo deve enfrentar no Congresso. Em seu primeiro teste com os parlamentares, Temer  precisa de autorização para ter um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas deste ano.

"Está ficando claro que o governo não tem uma força tão grande no Congresso, especialmente depois da saída do Jucá. Pode ser que fique preso na mesma armadilha em que caiu o governo anterior, tendo que lutar por apoio", disse o operador de um importante banco nacional, referindo-se ao ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.

Na véspera, foi divulgado áudio de conversa de Jucá sugerindo que poderia tentar frear o avanço da Operação Lava Jato. O vazamento da conversa levou à queda do ministro. 

Dólar cai 0,19%, a R$ 3,576

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou esta terça-feira em queda 0,19%, a R$ 3,576 na venda, em um dia instável.

Na véspera, o dólar havia subido 1,87%. Com isso, a moeda acumula alta de 3,94% no mês. No ano, no entanto, a moeda tem desvalorização de 9,44%.

Bolsas internacionais

As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam em alta acentuada.

  • Itália: 3,34%
  • França: 2,46%
  • Espanha: 2,34%
  • Alemanha: 2,18%
  • Inglaterra: 1,35%
  • Portugal: 0,92%

A maioria das Bolsas da Ásia e do Pacífico terminou o dia em baixa.

  • Taiwan: -0,52%
  • China: -0,76%
  • Coreia do Sul: -0,9%%
  • Cingapura; -0,6%%
  • Hong Kong: 0,11%%
  • Japão: -0,94%
  • Austrália: -0,44%

(Com Reuters)