Dólar cai 2,29% e fecha a R$ 3,37, menor valor em mais de dez meses
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (8) com queda de 2,29%, cotado a R$ 3,37 na venda. É a quarta queda seguida da moeda norte-americana e o menor valor de fechamento em mais de dez meses. Em 29 de julho de 2015, a moeda terminou o dia valendo R$ 3,329.
Com isso, o dólar acumula queda de 6,72% no mês e desvalorização de 14,65% no ano. Na véspera, a moeda havia caído 1,2%.
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Novo presidente do BC
O dólar foi influenciado hoje pela expectativa de menor intervenção do Banco Central no mercado de câmbio sob o comando de Ilan Goldfajn, aprovado na véspera pelo Senado para a presidência do BC.
"Muita gente no mercado via um piso nos R$ 3,50 e as declarações do Ilan contrariaram essa tese", disse à agência de notícias Reuters o operador da corretora Ativa Arlindo Sá. "Aí o real veio com tudo, embalado também pelo cenário externo positivo".
Durante sabatina no Senado na terça-feira, Goldfajn defendeu o respeito ao regime de câmbio flutuante, e a declaração serviu de gatilho para o ajuste no mercado de câmbio.
Ausência de atuação do BC
Mesmo com a desvalorização da moeda norte-americana nos últimos dias, o BC não voltou a atuar no mercado. É a sexta sessão consecutiva em que o banco não intervém.
Quando o dólar ia abaixo de R$ 3,50, o BC costumava entrar no mercado com leilões de swap reverso (equivalente à compra futura de dólares) e, assim, fazia com que o dólar se valorizasse diante do real. Muitos operadores do mercado interpretavam o movimento como uma tentativa de não prejudicar as exportações.
Cenário externo
Além disso, o cenário externo favorável também influenciou a queda do dólar. Nesta sessão, dados sobre as importações da China, que desaceleram menos que o esperado, e alta nos preços do petróleo no mercado internacional favoreciam o desempenho de moedas emergentes, como o real.
Nos Estados Unidos, investidores veem como menos provável uma alta de juros no curto prazo, após declarações da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Janet Yellen.
A alta dos juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde as taxas são maiores, como é o caso do Brasil.
(Com Reuters)
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