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Dólar cai a R$ 5,11 e Bolsa sobe após EUA manter juros perto de zero

Em 2021, o dólar tem perdas de 1,52% frente ao real; já o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 6,11% - Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo
Em 2021, o dólar tem perdas de 1,52% frente ao real; já o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 6,11% Imagem: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

28/07/2021 17h24Atualizada em 28/07/2021 17h39

O dólar fechou o dia em forte queda de 1,31%, cotado a R$ 5,110 na venda, puxado pela decisão do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) de manter os juros próximos a zero. É a maior perda diária desde 14 de julho, quando a moeda americana teve desvalorização de 1,87% frente ao real.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) subiu 1,34% e chegou aos 126.285,59 pontos, terminando a sessão com a maior alta desde 12 de julho (1,73%).

No mês, dólar e Ibovespa vão seguindo caminho opostos: enquanto a moeda americana acumula alta de 2,75%, o indicador tem queda de 0,41%. Ao se analisar todo o ano de 2021, porém, a situação se inverte, com o dólar somando perdas de 1,52% e o Ibovespa, ganhos de 6,11%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Reação ao Fed

Com o noticiário local fraco em meio ao recesso parlamentar, todas as atenções se voltaram à reunião do Fed, que decidiu, por unanimidade, manter a taxa dos chamados Fed funds na faixa entre 0% e 0,25% ao ano — o que já era esperado por analistas. A autoridade tampouco deu indícios de um endurecimento da política monetária, acrescentando que "continuará avaliando" os avanços da economia.

"Graças ao avanço da vacinação [nos EUA] e ao forte apoio político, os indicadores da atividade econômica e emprego continuam se fortalecendo", destacou o Fed em comunicado. "Os setores mais atingidos pela pandemia mostraram melhoras, mas não se recuperaram completamente, (...) [e] persistem riscos sobre as perspectivas econômicas".

O consenso do mercado, como ilustrado pelo movimento dos juros e do câmbio na sessão de ontem, é de que o Fed não vai alterar sua visão de que o cenário ainda pede uma política monetária altamente 'estimulativa', principalmente em vista da manutenção de alguns riscos para o crescimento da economia americana.
Victor Beyruti, da Guide Investimentos, em nota

A reação global do dólar às sinalizações do Fed é importante para o câmbio no Brasil por conta da sensibilidade do real, conhecido como moeda de beta alto (que repercute movimentos externos com mais intensidade). Um relatório recente do Morgan Stanley mostra que o beta da moeda brasileira em relação ao dólar é o mais alto entre as divisas emergentes.

(Com Reuters)