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Bares oferecem chope grátis por gol do Brasil; saiba como ganhar com a Copa

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

10/06/2014 06h00

Para atrair o público e elevar o lucro em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo, bares e restaurantes de todo o país apostam em descontos e rodadas grátis de bebidas a cada gol da seleção brasileira. 

No Rio de Janeiro, o bar Petisco da Vila e o restaurante Norte Grill vão dar uma rodada de chope grátis a cada gol do Brasil para os clientes que estiverem consumindo a bebida. Os dois estabelecimentos comportam até 500 pessoas, segundo os gerentes.

O chope custa R$ 5 no Petisco da Vila e R$ 6,90 no Norte Grill. Se todos os clientes ganharem a bebida grátis, eles deixarão de pagar R$ 2.500 e R$ 3.450 em cerveja a cada gol do Brasil, respectivamente em cada estabelecimento.

“É uma ação que tem um risco, mas, em Copa do Mundo, as goleadas são raras. Fizemos a mesma promoção em 2010 e o resultado foi positivo”, afirma o gerente do Petisco da Vila, Cláudio Cavalcante, 48. Segundo ele, o bar espera aumentar o lucro em até 15% em dias de jogo da seleção brasileira.

De acordo com o gerente do Norte Grill, Jack Facioni, 50, a promoção realizada na Copa do Mundo de 2010 rendeu um aumento de 40% no faturamento em dias de jogo do Brasil. “Esperamos trazer novos clientes e fazer com que eles voltem outras vezes. O custo será compensado ao longo do ano”, diz.

Restaurante mexicano dá tequila grátis a cada gol do Brasil

Em São Paulo, o restaurante mexicano Nacho Libre vai dar uma dose de tequila –que custa R$ 13– grátis para todos os clientes a cada gol do Brasil contra as seleções da Croácia e Camarões. No confronto contra o México, um gol de qualquer time vale um burrito, normalmente vendido a R$ 12. Há ofertas especiais também para os jogos do México. 

Caso o Brasil vença o torneio, os clientes que estiverem no restaurante durante a final ganharão um vale-rodízio, cujo preço é de R$ 43,90. “Fizemos pedidos maiores para os fornecedores e, com isso, conseguimos negociar descontos, o que reduz o custo da ação”, afirma o proprietário, Leandro Martins, 32.

Segundo o empresário, o restaurante tem capacidade para 60 pessoas e espera elevar a margem de lucro em até 10% nos dias em que o Brasil entrar em campo.

Lucro da promoção deve ser maior do que o custo, diz consultor

Antes de divulgar uma promoção, o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Gustavo Carrer recomenda que os empresários prevejam seu impacto.

Segundo ele, para avaliar se a ação é viável ou não, é preciso calcular os custos da ação e estimar o retorno levando em consideração o gasto médio dos visitantes e o faturamento em dias de movimento. Carrer afirma que o custo da ação tem de ser menor que o aumento no faturamento por conta da promoção.

“Se o gasto for maior que o lucro, não vale a pena. Se a promoção for vinculada a gols, o empresário pode limitar as bebidas grátis a cinco, por exemplo, ou conceder descontos em vez da gratuidade. Isso ajuda a minimizar os custos”, diz.

O consultor afirma, ainda, que a promoção deve ser o mais simples e clara possível. Colocar muitas condições dificulta o entendimento e tira a atratividade da ação. “Se o consumidor tiver dúvidas, ele não vai se interessar pela promoção e todo esforço do empresário será em vão.”

Segundo Carrer, esse tipo de oferta é mais efetivo no meio de semana, quando os bares e restaurantes não estão cheios. Mas, se a lotação normal do estabelecimento for acima de 80% no horário, oferecer rodadas de bebida grátis não compensaria. "O custo seria alto para um baixo retorno", declara.

Sem autorização, bares não podem cobrar entrada para transmitir jogos

De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o setor espera faturar R$ 12 bilhões no período da Copa do Mundo, 33,3% a mais do que o mesmo período de 2013 (R$ 9 bilhões). Também espera-se que a receita dos estabelecimentos aumente 70% nos dias de jogos do Brasil e 30% quando as seleções estrangeiras estiverem em campo.

O presidente da entidade, Paulo Solmucci, alerta que apenas os empresários que tiverem autorização da Fifa --e pagarem por isso-- podem cobrar entrada para assistir às partidas.

“A Fifa não deixou claro como será feita a fiscalização dos estabelecimentos, mas quem for flagrado desrespeitando essa regra poderá ser multado”, afirma. O valor da multa não foi revelado.