Negócio troca pizza de calabresa por feijoada vegana a R$ 15 e vira rede
Era um pizza-bar, mas virou bufê vegano (sem carne, ovos e leite):
- Bufê de saladas à vontade e prato do dia custam R$ 15
- Faturamento cresceu 60% na primeira unidade
- Donos querem mostrar que vegetariano não é caro
- Já abriu mais três filiais
- 80% dos frequentadores não são vegetarianos
- Desafio é tornar pratos atrativos a todo o público
Depois de começar a servir um bufê vegano (sem carnes, ovos, leite e derivados, como queijos), um restaurante do centro de São Paulo que antes funcionava como pizza-bar encontrou o caminho da expansão: o faturamento cresceu 60%, abriu mais duas unidades em Pinheiros e uma no Tatuapé, inaugurada em meados de 2015.
Os sócios do Barão Natural não divulgam o valor investido, nem o faturamento, ou o lucro, mas afirmam servir uma média de 6.800 refeições por mês, em três unidades (os dados da nova unidade do Tatuapé não foram considerados).
Nos restaurantes, é possível se servir à vontade no bufê vegano e comer uma das duas opções de prato do dia por R$ 15. Embora não seja mais um pizza-bar, na unidade do centro, são servidas pizzas sem carne e algumas com queijo à noite (ou seja, essas não são veganas).
“Nosso objetivo é oferecer alimentação saudável, gostosa e a um preço acessível. Queremos mudar a ideia das pessoas de que restaurante vegetariano é caro”, afirma Mônica Buava, 29, uma das sócias. Ela e outros dois sócios entraram na sociedade em janeiro de 2014, durante a reformulação do cardápio, unindo-se aos dois sócios fundadores.
Antes da virada, dono tentou cardápio meio a meio
A mudança de cardápio começou por meio de testes. Um dos fundadores, Wilson Grassi, 45, que é vegetariano, teve a ideia de criar um menu meio a meio (metade convencional e metade vegetariano) em meados de 2011. O restaurante havia sido originalmente concebido como um pizza-bar em um ponto comercial onde já funcionaram restaurante, padaria e até churrascaria.
Dois anos depois, a proposta não havia deslanchado como o esperado, pois as pessoas tinham medo de experimentar. Ele ganhou outro sócio vegetariano e ambos resolveram banir de vez as carnes do cardápio e adotaram o nome Barão Natural em janeiro de 2014.
Os dois sócios contrataram a assessoria de marketing de três vegetarianos da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) para ajudar a divulgar o restaurante. Mas, como acabaram se envolvendo também no trabalho administrativo, foram chamados a entrar para o negócio como sócios.
“Nossa meta era servir cem refeições por dia ao final dos três meses, mas, no primeiro dia, servimos apenas três refeições. Vimos que precisaria mais do que marketing. Conversamos com a equipe para explicar o vegetarianismo, tiramos ovos e leite das receitas para atingir os veganos e conseguir um público maior. No final, atingimos a meta”, diz Mônica Buava.
Para divulgar o restaurante e atrair a clientela, fizeram panfletagem na região e parcerias com empresas, oferecendo descontos aos funcionários. Além disso, procuram destacar os benefícios da alimentação vegetariana para a saúde e para o ambiente.
Segundo Buava, 80% dos frequentadores não são vegetarianos. “O desafio é fazer a pessoa quebrar o padrão de comportamento conservador e experimentar. Depois que ela experimenta, vê que é gostoso, que não falta mistura, como muitos pensam.”
Desafio é tornar comida atrativa para ampliar público
Guilherme Carvalho, secretário-executivo da SVB, diz que esse é um mercado carente de opções. “Existe uma tendência de alimentação mais saudável.” Mas, segundo ele, há entre 200 a 250 restaurantes vegetarianos no Brasil.
Para quem quer empreender na área, seja por ideal ou por oportunidade de negócio, ele diz que a melhor opção é oferecer alimentação vegana, pois inclui, além de quem não come carne, pessoas que não consomem ovos e leite.
O desafio, no entanto, é tornar a comida atrativa para quem não é adepto dessa dieta. “Os pratos precisam ser saborosos para a pessoa se surpreender e querer voltar. O preço não pode ser acima da média dos demais restaurantes da região. Isso não é difícil, pois, em geral, a matéria-prima tem custo baixo. São, principalmente, verduras, legumes, grãos, frutas”, diz.
Onde encontrar:
Restaurante Barão Natural
Unidade 1: alameda Barão de Limeira, 1.090 - Campos Elíseos
Unidade 2: rua João Moura, 861 - Pinheiros
Unidade 3: rua Mateus Grou, 72 - Pinheiros
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