Blog de receitas vira cozinha vegana delivery; veja negócios natureba
Era só um blog de uma adolescente, de receitas e dicas veganas. Virou negócio. Hoje, a autora da página Chubby Vegan, a chef Nathalia Soares, de 23 anos, dedica-se ao delivery de suas criações na cozinha. Por causa do negócio, mesmo sendo formada em gastronomia e nutrição, ela abriu mão de seguir carreira em restaurantes badalados.
De olho também no público que busca alimentação saudável, o publicitário Caio Dellanoce largou a agência onde trabalhava para montar um delivery de frutas, a empresa Semente da Vila
No caso da blogueira, a produção é de salgadinhos, patês, queijos, tortas, bolos e congelados sem a adição de carne, leite, ovo e derivados nas receitas salgadas e doces. As opções que levam chocolate podem conter traços de lactose, pois o produto é feito na mesma máquina dos chocolates comuns. As encomendas são feitas por e-mail e entregues por motoboy.
Trabalhando sozinha, a chef atende cerca de 50 pedidos e fatura em torno de R$ 6 mil por mês. O lucro líquido é calculado em R$ 4 mil. O negócio, que começou na casa dos pais dela, agora tem uma cozinha própria.
“Quero abrir uma confeitaria. Mas, no momento, a ideia é só me dedicar ao delivery”, afirma a empreendedora, que já trabalhou no Vegacy, restaurante vegano, na rua Augusta, centro de São Paulo, e também foi técnica em nutrição em um restaurante empresarial que servia quase 200 refeições diárias.
Delivery de frutas cresceu com pedidos de vizinhos
A busca pela alimentação saudável muitas vezes esbarra na falta de tempo para a compra dos alimentos. Para resolver esse problema, há cerca de dois anos o publicitário Caio Dellanoce largou seu emprego em uma agência para fundar a Semente da Vila, empresa especializada no delivery de hortaliças, frutas e legumes, que só atende a região da Lapa, zona oeste de São Paulo.
O negócio é tocado por Dellanoce e outros dois sócios: Thiago Almeida, que sempre trabalhou com entrega de hortifrutigranjeiros para empresas, e Alexandre Braga, um ex-analista de fraude com formação em ciências contábeis.
“Sabendo que o Thiago entregava hortifrúti para empresas, muitos vizinhos do prédio onde morávamos começaram a fazer pedidos. Mas ele não tinha estrutura para atendê-los. Acreditei no potencial do negócio e decidi sair da agência de publicidade e ajudá-lo a fundar a Semente da Vila”, afirma Dellanoce.
Segundo ele, além da rigorosa seleção dos produtos e embalagens, para se destacar, o negócio investiu na plataforma de e-commerce, que levou seis meses para ficar pronta e oferece mais de 250 itens frescos, além de açaí, produtos orientais e vegetais higienizados.
O site permite que o pedido seja entregue com hora marcada. Pedidos feitos até as 13h são entregues no dia seguinte. Também é possível comprar por telefone e receber em até 180 minutos. O site também oferece receitas e sugestões de cestas de compras elaboradas por nutricionista. “Quando começamos, havia muitas empresas de delivery de hortifrúti no bairro. Hoje somos a única”, afirma.
Empresas de delivery precisam delimitar área de entrega
Para não amargar uma experiência negativa com delivery de alimentos naturais, Juliana Berbet, consultora do Sebrase-SP, explica que é necessário delimitar uma área de atuação, escolher embalagens e sistema de entrega adequados, além de entender o tipo de público que se quer atender.
“Também é indicado buscar diferenciais para o negócio, como realizar as entregas de bicicleta, usando a rede de ciclovias que está surgindo nas cidades do país”, exemplifica a consultora.
Ela também informa que toda empresa que presta serviço de alimentação precisa possuir Cadastro Municipal de Vigilância em Saúde (CMVS). “Não é difícil obter esse cadastro. Basta reunir a documentação exigida e esperar a visita do fiscal, que pode exigir adaptações no local de trabalho”, diz.
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