Ex-bancário fatura R$ 3,6 milhões com contêineres que viram lojas
Quando era bancário, Reginaldo Moser, 44 anos, fazia visitas a empresas que trabalhavam com locação de contêineres na cidade portuária de Itajaí (SC). As peças reaproveitadas eram usadas no modo bruto. Mas Moser visualizou que, se fossem adaptadas para comércio e casas, poderiam render mais.
Começou com uma unidade em 2006, hoje conta com 830. Por ano, a empresa fatura R$ 3,6 milhões. O lucro não foi informado. A empresa foi aberta em sociedade com Francisco Miguel Libório, que já trabalhava com manutenção das peças. "Percebemos que deveríamos trazer algo a mais para o mercado. Por isso, optamos por investir na modificação de contêineres."
Com isso, a Evolution Empresas produz escritórios, lanchonetes, estandes, banheiros coletivos e até minicasas. "Todas são feitas em contêineres com a estrutura de refrigeração, que são térmicas e não permitem a passagem de calor para a parte interna." Cada unidade modificada tem iluminação, base para instalação de ar-condicionado e, no caso de lanchonetes, estrutura para receber água encanada.
Empresa já criou vila de contêineres para evento
Segundo o empresário, durante três anos, ele manteve o emprego no banco e foi tocando a empresa paralelamente. Nesse período, conseguiu juntar 40 contêineres. Como o negócio estava prosperando, ele e o sócio resolveram se dedicar exclusivamente à companhia.
"Hoje somos solicitados por várias empresas, principalmente da construção civil, que desejam montar um escritório para um canteiro de obras e por organizadoras de grandes eventos, para disponibilizarmos banheiros, lanchonetes e estandes." Entre os eventos mais importantes, ele cita a Oktoberfest e a regata internacional Jacques Vabre, para a qual construiu uma vila de contêineres.
As peças podem ser alugadas ou vendidas. A locação mensal de um contêiner varia de R$ 380 (a peça simples para o transporte e armazenamento de produtos) a R$ 700 (estrutura adaptável). Para venda, o modelo simples sai por R$ 8.000 e o valor do adaptável varia de R$ 20 mil a R$ 45 mil (para uma estrutura com revestimento de gesso).
Peças são importadas e passam por nacionalização
Moser afirma que, dos 830 contêineres disponíveis, apenas de 10% a 15% ficam ociosos no estoque todos os meses. Para garantir o armazenamento dos contêineres a empresa tem um terreno de 10 mil m². "Isso onera bastante o negócio, mas precisamos do espaço para deixar as peças e manter um maquinário pesado que utilizamos para transportá-las."
O empresário afirma que, assim como os carros, todo contêiner tem um chassis. Por virem de fora, precisam ser nacionalizados e pagar impostos e taxas de importação. E esta operação acaba encarecendo o produto, correspondendo a 52% do seu preço final. Uma das principais fornecedoras é a Maersk.
Negócio exige boa visão de mercado
Segundo Cássia de Freitas, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o empresário que deseja ingressar no setor precisa dimensionar o mercado. "O Brasil está passando por um período em que nem todos os mercados estão crescendo. É preciso ver em qual segmento você deseja entrar, para ver se há demanda."
Além disso, o empresário precisa ser cauteloso na hora de investir na compra de peças. "Quando uma empresa está trabalhando com projeção de vendas, escolher as peças que vai comprar para comercializar e a quantidade é difícil. Se o mercado a ser explorado não for estudado a fundo, a chance de encalhe e de prejuízo é muito maior."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.