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Estudante abandona direito e fatura R$ 50 mil com escola online de pôquer

Felipe Gonsalves Costa já faturava com o pôquer quando fundou uma escola online - Divulgação
Felipe Gonsalves Costa já faturava com o pôquer quando fundou uma escola online Imagem: Divulgação

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL

20/04/2016 06h00

Um estudante do Distrito Federal decidiu abandonar a faculdade de Direito para investir em uma escola online de pôquer. As aulas, que são ministradas por Felipe Gonsalves Costa, de 27 anos, e por mais 13 professores, somam mais de 2.000 usuários cadastrados. Segundo ele, o faturamento médio mensal ultrapassa R$ 50 mil. O lucro não foi revelado.

A Sensei Poker foi criada há apenas quatro meses. Segundo Costa, o investimento foi de R$ 40 mil. A maior parte dos alunos é formada por homens entre 18 e 45 anos, de todas as regiões do Brasil, mas com participação pouco maior das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Há também estudantes de fora do Brasil, como Portugal.

O site funciona com dois tipos de acesso: grátis, em que o jogador se inscreve sem custos e tem acesso apenas ao fórum interativo, ou pago, que dá direito a 20 videoaulas novas todos os meses e outras 90 disponíveis no acervo, além de poder tirar dúvidas com os instrutores e interagir com outros alunos, inclusive de fora do Brasil.

Cursos de R$ 250 a R$ 2.500

Segundo Costa, o site disponibiliza três tipos de pacote: o mensal (R$ 250), o semestral (R$ 1.350) e o anual (R$ 2.500). O recurso mais utilizado para a divulgação da escola, de acordo com ele, são as redes sociais.

“Pela página da Sensei Poker no Facebook, por exemplo, conseguimos mostrar a qualidade da escola através das conquistas e sucesso dos instrutores e, principalmente, dos alunos. Muitos já melhoraram suas estratégias de jogo e já obtiveram bons resultados em disputa de torneios”, declara.

Era hobby, virou profissão

O empresário, que cursava o 3° ano de Direito, diz que a motivação para largar os estudos surgiu após perceber a carência de conteúdo sobre o assunto no país.

“No começo, era um hobby, mas procurei estudar sobre o esporte para que pudesse transformar o lazer em profissão. Foi o que aconteceu. Por não conseguir mais conciliar as atividades, decidi largar a faculdade e assumir de vez o pôquer como profissão. Também pesou o fato de eu já obter lucratividade”, diz.

Jogo é "esporte da mente"

No Brasil, estima-se que atualmente sejam mais de 5 milhões de adeptos da prática, segundo a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold'em). O pôquer é considerado esporte da mente desde 2010, equiparando-se a jogos como xadrez.

“O site é um negócio legal. Assim como xadrez e gamão, o pôquer também requer raciocínio, certa matemática e habilidade para ler e decifrar as ações dos oponentes da mesa”, afirma Costa.

Conhecer mercado ajuda, mas há riscos

Para Jonathas Medeiros, consultor de negócios do Acelere.me, que apoia novos negócios, o mercado está aberto a esse tipo de empreendimento não tão convencional. No entanto, o empreendedor precisa estar atento ao número de alunos para manter o faturamento e a qualidade do ensino.

"Há riscos em todos os empreendimentos. No caso dele, já conhecia o mercado e viu que era uma necessidade do meio, o que facilita muito quando se abre um negócio”, diz.

Segundo o consultor, os riscos desse tipo de negócio são os mesmos de qualquer pessoa que está empreendendo, independentemente da área. "Ainda na concepção, você precisa saber como capilarizar, identificar seu público-alvo e definir como será a gestão do negócio."

Onde encontrar:

Sensei Poker: https://sensei.poker

Especialista explica como empreender sem medo