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Saiba se vale a pena contratar síndico profissional para o condomínio

Sophia Camargo

Do UOL, em São Paulo

22/01/2014 06h00Atualizada em 27/07/2018 16h11

O que é melhor para o condomínio? Um síndico morador, que seja proprietário e esteja presente na vida do condomínio ou um síndico terceirizado, que tenha um relacionamento mais distante com moradores e funcionários e de quem é mais fácil cobrar uma gestão profissional?

A resposta, segundo especialistas consultados, vai depender, principalmente, do tamanho do condomínio. Assim, o síndico morador serviria bem aos prédios menores, desde que auxiliado por uma boa administradora.

O síndico terceirizado tem sido uma demanda dos condomínios residenciais com muitas unidades e também dos condomínios comerciais.

Com o aumento dos condomínios-clube, a procura pelo síndico tercerizado vem aumentando, mas ainda é majoritária a opção pelo síndico morador, segundo Hubert Gebara, vice-presidente de condomínios do Secovi, o Sindicato da Habitação.

"Particularmente, acho melhor o síndico morador porque ele é uma sombra, está ali presente, todo mundo sabe que está pelo prédio. Mas reconheço que isso é mais difícil em condomínios maiores, porque senão o síndico teria que parar de fazer tudo para cuidar do prédio. Já o síndico profissional serve melhor aos condomínios muito grandes, que precisam ser administrados como uma empresa", diz.

Para Omar Anauate, diretor de condomínios da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), é preciso ter cuidado com a real necessidade de contratação de um síndico profissional.

Segundo ele, o síndico morador costuma ter como remuneração a isenção da taxa de condomínio, mas um síndico profissional pode custa cerca de R$ 9.000. "É quase como se contratasse uma outra administradora. Precisa valer muito a pena", diz.

Síndicos profissionais podem custar até R$ 15 mil

Segundo Fernando Araújo, da Soma 7 Gestão Condominial, o síndico profissional é um gasto a mais, "mas vale a pena". Segundo ele, há síndicos que custam até R$ 15 mil por mês.

"Mas é um profissional que entende de legislação, contratação, tem experiência. Nos condomínios-clube, lida-se com orçamentos de R$ 10 milhões por ano e um volume de 300, 400 apartamentos. Não é um trabalho para amador."

Araújo afirma que outro tipo de condomínio que também tem demandado a contratação dos síndicos terceirizados são aqueles muito ricos, com poucas unidades, em que ninguém tem tempo nem vontade de se expor num cargo de síndico.

"Um embaixador, um executivo não quer ter esse trabalho e esse desgaste", diz.

Vantagem do síndico terceirizado é gestão profissional do condomínio

A maior vantagem do síndico profissional, segundo Marco Antônio Gomes de Castro, consultor de condomínios no Rio de Janeiro, autor de livros sobre o assunto e ele mesmo um síndico terceirizado, é que o síndico ou gestor profissional tem a vantagem de ser desprovido de vínculos com moradores e empregados, o que facilita a gestão profissional do condomínio.

Para ele, o principal erro dos condomínios ao escolher o síndico, é relegar esse trabalho como se fosse de uma importância menor.

"Escolhem pessoas para tapar um buraco, quebrar um galho, mas se esquecem de que o síndico, pela lei, é aquele que responde civil e criminalmente pelo condomínio."

Síndico responde cível e criminalmente pelo condomínio

Segundo a lei, compete ao síndico:

  • Convocar assembleias;
  • Representar o condomínio legalmente;
  • Informar imediatamente sobre problemas judiciais ou administrativos;
  • Cumprir e fazer cumprir a convenção e as determinações da assembleia;
  • Zelar pela conservação das áreas comuns e pela prestação de serviços;
  • Elaborar o orçamento da receita e da despesa a cada ano;
  • Cobrar dos condôminos as contribuições e as eventuais multas;
  • Prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas;
  • Realizar o seguro do prédio.

O ideal, para escolher um síndico, tanto morador quanto profissional, é avaliar o currículo da pessoa, cursos que já fez, inclusive antecedentes criminais.

Segundo o Secovi, há cerca de 190 mil condomínios no Brasil, sendo 40 mil só na cidade de SP. Em todo o estado de SP há cerca de 6 milhões de moradores e usuários de condomínios.

Não há estatísticas sobre quantos são administrados por síndicos moradores ou terceirizados.