Quanto você ganha se investir em ações de diferentes setores na Bolsa?
Você sabe quanto dinheiro é possível receber, em dividendos, investindo nos diferentes setores das empresas listadas na Bolsa?
Na coluna de hoje eu apresento os resultados de um levantamento que realizei em quatro grandes segmentos da Bolsa, mostrando que os setores de materiais básicos é o que, atualmente, está com o maior retorno em dividendos (DY, na sigla em inglês). Veja quanto cada setor rende em dividendos aos investidores hoje.
Materiais básicos: 7,1% ao ano
Investindo no setor de materiais básicos, a tendência é que você tenha um retorno médio de 7,1% ao ano, se as companhias continuarem remunerando os acionistas no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.
Antes de continuar, quero enfatizar o trecho final da frase acima. Essa rentabilidade você só terá se as empresas não reduzirem o pagamento de dividendos. Na prática, elas podem tanto aumentar quanto diminuir essa remuneração. Levantamentos como esse servem para se ter uma ideia das tendências. Se você busca certezas nos investimentos, o ideal é não investir na Bolsa.
O setor de materiais básicos inclui empresas de commodities, como a Vale (VALE3), mas também outros materiais, como a Gerdau (GGBR3), a Klabin (KLBN11) e a Eucatex (EUCA4).
Nesse grupo, as ações que apresentam o maior retorno em dividendos hoje são a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), a Bradespar (BRAP3) e a CSN Mineração (CMIN3), com DY de 16%, 13,2% e 10,32%, respectivamente.
Petróleo e gás: 6,3% ao ano
As empresas do setor de petróleo, gás e biocombustíveis apresentam hoje um retorno em dividendos médio de 6,3% ao ano.
Isso significa que, se você distribuir R$ 1.000 igualmente nas empresas desse segmento, receberá R$ 63 em dividendos ao longo dos próximos 12 meses, desde que essas companhias mantenham o ritmo atual de remuneração dos acionistas.
A Petrobras (PETR4) lidera, de longe, o retorno em dividendos desse segmento. A companhia está com um DY de 18,2%. Em segundo lugar, aparece a Raizen (RAIZ4), com 7,1%.
Na outra ponta, a Prio (PRIO3) está com o menor retorno do setor, com apenas 0,16% ao ano.
Utilidade pública: 6% ao ano
O setor de utilidade é um dos preferidos para quem busca dividendos porque suas empresas costumam ser mais estáveis na remuneração dos acionistas.
O segmento está hoje com um retorno em dividendos de 6% ao ano. Esse número indica um ganho de R$ 60, ao longo de 12 meses, para cada R$ 1.000 aplicados no setor, desde que as companhias mantenham o atual ritmo de remuneração dos acionistas.
O maior DY do segmento hoje fica por conta da Auren Energia (AURE3), com um retorno de 22,9% ao ano.
Em segundo lugar aparece a Copasa (CSMG3), com 13,4%, e, em terceiro, a CPFL Energia, com 9,17%.
Bancos e setor financeiro: 5,6%
Os bancos e outras empresas do setor financeiro estão hoje com um retorno em dividendos de 5,6% ao ano. Isso equivale a um ganho de R$ 56 por ano para cada R$ 1.000 aplicados no setor.
Os dois primeiros lugares em DY no setor financeiro estão ocupados atualmente por bancos médios: o Pine (PINE4), com retorno de 15,7% ao ano, e o BMG (BMGB4), com 11,25%.
Ambas as empresas tiveram um crescimento vertiginoso no preço das suas ações nos últimos 12 meses, de 139% e 69,7%, respectivamente.
Em terceiro lugar aparece a BB Seguridade (BBSE3), com DY de 10,24%.
Vale citar o retorno atual dos bancões: Banco do Brasil (BBAS3, 8,1%), Bradesco (BBDC3, 7,38%), Santander (SANB3, 5,63%) e Itaú (ITUB3, 4,5%).
Achou pouco?
Quando eu apresento dados de dividendos de ações, em geral, as pessoas que não estão acostumadas com esses números acham que os resultados são pequenos.
Afinal, investindo no Tesouro Direto é possível obter um retorno líquido próximo de 10% ao ano, praticamente sem risco.
No entanto, é preciso entender que, se você escolheu investir em uma empresa, provavelmente acredita que ela vai crescer. Sendo assim, a longo prazo, você pode ganhar um retorno muito maior que o Tesouro Direto, com a elevação dos dividendos.
Ou seja, quem investe em ações com foco em dividendos está com a expectativa de que o aumento do retorno a longo prazo vai superar, com folga, os ganhos do Tesouro.
Outro ponto que deve ser levado em conta é que os números aqui citados se referem ao retorno médio. Em cada um daqueles setores, existem empresas com baixíssimo DY, que fazem a média cair muito.
Se olharmos apenas para as empresas que mais se destacam em cada setor, encontraremos facilmente ações com DY acima de 10%, como algumas citadas nesta coluna.
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