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3 passos para ter dinheiro para sempre, segundo Gustavo Cerbasi

Gustavo Cerbasi participou do Guia do Investidor UOL na última terça (28) - Divulgação
Gustavo Cerbasi participou do Guia do Investidor UOL na última terça (28) Imagem: Divulgação

Raphael Coraccini

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/09/2021 04h00

A independência financeira não é só um privilégio de quem tem muito dinheiro. Ela pode ser alcançada mesmo por quem tem uma renda mais modesta, segundo afirma Gustavo Cerbasi, professor de finanças formado pela USP e maior referência em educação financeira no Brasil.

Mas não é porque é possível, que alcançar essa meta é simples. Para o especialista, é preciso ter estratégia e seguir alguns passos ao longo da vida que contrariam a cultura de consumo do brasileiro. Além disso, os primeiros investimentos precisam ser feitos antes da construção da reserva de emergência, explicou Cerbasi durante encontro do Guia do Investidor UOL. Ele conta abaixo que passos são esses.

1. O primeiro investimento deve ser na carreira

Segundo Cerbasi, é natural que os primeiros passos sejam mais lentos para a maioria das pessoas por conta das restrições de renda. Quem ganha entre um e três salários mínimos precisa esquecer os investimentos financeiros num primeiro momento. Para o especialista, para pessoas com essa faixa de renda, principalmente se elas estiverem no mercado formal de trabalho, a preocupação não deve ser a independência agora.

"Não se preocupe com a independência financeira porque se você ganha um salário mínimo [registrado em carteira], a independência financeira está garantida, basta seguir direitinho a regra do INSS que sua aposentadoria será de um salário mínimo também. É preciso tomar um cuidado de investir na sua carreira", afirma.

Cerbasi reforça que a ideia não é se acomodar com o INSS. Ele apenas diz que, num primeiro momento, a preocupação deve ser outra: investir na carreira. Ele diz que é esse investimento que pode gerar mais renda no curto e médio prazo.

Em seus primeiros anos no mercado de trabalho, Cerbasi conta que sobrava algo entre 8% e 10% para investir. Algo que traria pouco retorno se ele empregasse logo na renda fixa ou mesmo na Bolsa.

"Um grande diferencial foi investir na minha carreira. Eu investia pouco na minha independência financeira porque investia mais nas ferramentas de trabalho, num bom computador, num curso de especialização", diz Cerbasi.

2. Fixe seus gastos

Quando o salário começou a aumentar, o objetivo passou a ser segurar os gastos —passo que ele sugere às pessoas. Ele conta que abraçou a ideia de tentar manter o estilo de vida enquanto prosperava na carreira.

"Teve época que eu ganhava meus R$ 2.500 por mês e tinha um custo de vida de R$ 2.300. Passei a ganhar R$ 3.000 e meu custo de vida foi para R$ 2.400 ou R$ 2.500, não subiu tanto quanto a renda", diz.

Cerbasi avalia que fixar seu custo de vida, ainda que tivesse aumento de renda, foi fundamental para seu sucesso como investidor e acelerou o projeto de alcançar a independência financeira —que, na época, para Cerbasi, era atingir R$ 1 milhão.

"Chegou o momento em que eu ganhava R$ 8.000 por mês e poupava 50% do que eu ganhava", afirma.

Com isso, suas aplicações passaram a ser muito mais robustas até que os rendimentos que ele obtinha com os investimentos já eram suficientes para bancar todos os gastos da família. Quando isso aconteceu, toda renda que ele recebia, e que crescia por conta da sua estratégia de especialização profissional, era investida.

3. Usufrua o presente

A ascensão de Cerbasi não exigiu grandes privações, e nem poderia exigir, diz o investidor. Ele diz que reduzir gastos já enxutos é uma estratégia que tende a se desmanchar com o tempo porque as pessoas, em geral, tendem a desfazer seu planejamento para poder aliviar sua situação em um momento de dificuldade.

Ele explica que a privação acaba por aumentar a ansiedade e o desconforto, o que tende a fazer com que as pessoas desistam do planejamento. Com isso, há uma construção da poupança quase sempre seguida por uma desconstrução.

"Muitos brasileiros, quando pensam em independência financeira, pensam em cortar o lazer, começam a tirar o pouco de diversão que têm para tentar fazer essa poupança forçada, e a tendência é se desfazer dessa poupança com o tempo", diz Cerbasi.

Por isso, afirma o especialista, é preciso direcionar parte da renda para usufruir o presente. Essa parcela, afirma, deve ser direcionada para aquilo que realmente faz sentido para o investidor —ou seja, é fundamental conhecer o que realmente faz sentido para você.

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