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Bolsa tenta quebrar sequência de 11 quedas. O que está acontecendo?

A Bolsa de Valores de São Paulo vem amargando perdas sucessivas desde o início do mês. Com a queda de 0,55% no pregão de terça-feira (15), já são onze pregões consecutivos de perdas. Hoje, o Ibovespa operou em alta durante boa parte do dia, mas por volta das 16h40 recuava 0,18%, aos 115.961 pontos.

Já o dólar está em leve queda de 0,05%, cotado a R$ 4,984 por volta das 16h40. Em agosto, já acumula uma alta de 4,99%, considerando o fechamento de ontem. Veja Cotações.

O que está acontecendo?

Investidores aproveitaram para comprar. Depois de uma sequência de quedas que não era vista desde 1984, o movimento de hoje pela manhã era o inverso.

Especialistas ainda dizem que, apesar da sequência de quedas, o tombo não foi tão ruim. No mês, a queda é de 4,21%, o que não é fora do comum, já que a Bolsa chegou a subir cerca de 25% entre março e julho. No ano, ainda está em alta, de 6,45%.

Investidores aproveitaram para embolsar lucros nos últimos dias. Já no final de março, investidores começaram a comprar ações que poderiam se beneficiar de uma eventual queda nos juros - o que aconteceu agora em agosto. Assim, os investidores decidiram que era hora de vender as ações e embolsar o lucro que tiveram até então. "O mercado sempre faz isso: sobe no boato e vende no fato", explica André Sanson, diretor de gestão de ativos da TM3 Capital, de Curitiba.

Ações de small caps, que dependem de financiamento para crescer, dispararam nos últimos meses. Enquanto o Ibovespa avançou 17,07% nos sete primeiros meses do ano, o índice de small caps cresceu 24,47%, segundo a Economatica. Agora, o movimento é inverso.

O capital estrangeiro também foi embora. A desaceleração da economia chinesa e o rebaixamento do Estados Unidos afastam os investidores do mercado de ações no mundo todo. No início do mês, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+", apontando para uma deterioração fiscal nos próximos três anos.

Na China, os dados mostram que a população local e as empresas não estão gastando. "A fraqueza da economia chinesa tem sido uma frustração", diz Luís Moran, diretor EQI Research. Como boa parte dos países exporta para a China, as vendas estão em queda. Isso afeta também o Brasil, já que o pais oriental é o maior parceiro comercial.

Acabou também o "carry trade", operação que os investidores estrangeiros fazem com muita frequência. Eles pegam dinheiro emprestado nos Estados Unidos, a juros mais baixos, e aplicam aqui, onde as taxas eram maiores. "Com a alta dos juros lá nos Estados Unidos e a queda da Selic aqui, essa operação ficou menos atraente", diz Sanson.

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A fuga de capital estrangeiro também acentua desvalorização do real. Sanson acredita que a moeda americana deva ficar entre R$ 4,80 e R$ 5 no final do ano. O que vai ajudar é a reação da economia, das empresas ao corte da Selic. "Se ela continuar caindo, isso tende a melhorar o consumo, a economia como um todo", afirma ele. Segundo o Focus, a expectativa geral do mercado é de um câmbio a R$ 4,93.

Gestores esperam Bolsa acima dos 130 mil pontos

Ainda que o Ibovespa esteja, hoje, opor volta dos 116 mil pontos, gestores acreditam que o potencial é maior. A maioria dos gestores do mercado ainda está otimista. Segundo pesquisa de agosto do Bank of America (BofA), o percentual de entrevistados que prevê o Ibovespa negociado acima dos 120 mil pontos no final do ano é de 88%. Na edição de julho do levantamento, eram 76%.

O número de gestores com fé num Ibovespa acima dos 130 mil pontos quase dobrou. Passou de 23% para 41% em relação ao mês passado. Se isso realmente acontecer, significa que há um potencial de alta de 11,29% em relação ao fechamento da terça-feira (15), aos 116.171,42 pontos. Se a reforma tributária evoluir e for aprovada, esse é um gatilho capaz de fazer a Bolsa voltar ao positivo.

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