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Moda evangélica, com pouco decote, agita economia de Agrestina (PE)

Carol Guibu

Do UOL, em Recife )PE)

20/03/2013 06h00

No município de Agrestina (a 155 km do Recife), as roupas curtas, decotadas e justas estão cada vez mais escassas nos cabides e manequins das lojas. Isso porque, cerca de 80% das roupas produzidas por lá são voltadas para o segmento de moda evangélica.

Segundo estimativa da Associação Comercial e Industrial de Agrestina, das 50 empresas do ramo têxtil, 40 são voltadas apenas para esse público.

Por mês, cerca de 120 mil peças evangélicas são produzidas e parte delas exportada para outros 20 Estados, entre eles, São Paulo e Rio de Janeiro. As roupas são vendidas a valores que variam de R$ 25 a R$ 40.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Wlademir Felix, as peças obedecem aos princípios da religião, mas sem fugir das tendências da moda.

"As roupas são mais compostas, são blusas com mangas, saias abaixo dos joelhos, vestidos sem decotes, mas, isso não quer dizer que são peças fora de moda", disse. Ainda segundo Felix, a maior parte das empresas pertencem a evangélicos de várias vertentes.

O microempresário Jurandir Martins, seguidor da igreja evangélica Congregação Cristã do Brasil, é um deles. Há 16 anos, Martins abriu a "Estrutura Moda Evangélica", que, como diz o nome, produz roupas voltadas apenas para esse público.

"Na igreja, as mulheres reclamavam que era muito difícil comprar roupas por aqui. Elas diziam que as vezes tinham que ir a outras cidades para conseguir algo que as agradassem, e foi aí que enxerguei um mercado promissor", diz.

Atualmente, a empresa de Martins possui 12 funcionários e vende para todos os Estados da região Nordeste, e alguns outros das regiões Norte, Centro-oeste e Sudeste.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Agrestina, a confecção têxtil é o terceiro maior setor da cidade de 23 mil habitantes, atrás apenas da pecuária e da construção civil. Segundo o secretário Wlademir Félix, o crescimento do setor supera os 10% ao ano.